sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

FELIZ 2012!

ARTE A BRILHAR


















Já emitido no passado dia 15, o filme de Martin Scorcese "Shine a Light" à volta de dois concertos dos Rolling Stones no Beacon Theater de Nova Iorque no Outono de 2006 regressa hoje à antena do Arte por volta da 1h30 da madrugada. É o que se chama um canal brilhante.

ONDA LUISIANA














São quarenta anos de rádio principalmente a divulgar música. Luis Filipe Barros, o man "Rock & Stock", deixa amanhã a rádio pública e vale a pena ouvi-lo a contar histórias rock & roll em entrevista
Lembram-se disto e mais isto?    

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

O QUE É NACIONAL...













é sempre bom, dizemos nós! 
Numa oferta já com algumas semanas da amiga Fuel Friend, duas novas canções dos The National estavam, no entanto, esquecidas no iPod e só agora lhe demos a merecida atenção. Captadas em Toronto num programa de televisão local, os temas "Rylan" e "I Need My Girl" têm sido ultimamente testados ao vivo e esta última teve até a presença em palco na mesma cidade do amigo Owen Palett, como o comprovam os diversos videos do youtube, numa colaboração já longínqua e que esperamos que se mantenha no próximo álbum ainda sem data. Sem data também um qualquer concerto em Portugal para 2012, o que atendendo à regularidade com que nos visitam, não deve tardar a ser confirmada...
Entretanto, a banda aceitou o convite de Shigeru Miyamoto, criador da saga Super Mario, para compôr a totalidade da banda sonora de Super Mario Galaxy, jogo em desenvolvimento para as consolas Nintendo e Wii U, o que potenciará alcançar novos e variados públicos. Relembra-se que os The National tinham já este ano contribuído com o tema inédito "Exile Vilify" para o videojogo Portal2



quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

(RE)LIDO #40





















THE ROLLING STONES
DISCOGRAFIA PORTUGUESA A 45 RPM
de Abel Soares Rosa, Jorge Nogueira, Pedro Freitas Branco. Lisboa: Edição Blogue Beatles Forever, 2011
Na senda da primeira aventura do género sobre os singles e ep's editados em Portugal pelos Beatles, eis que surge agora, em algumas bancas seleccionadas, um novo episódio dedicado aos The Rolling Stones. Como em equipa ganhadora não se mexe, a receita é a mesma, ou seja, a reprodução em formato (quase) real das capas de todas as pequenas rodelas conhecidas que os Strolling Bones (upps!) editaram por cá e nas respectivas colónias, sim, porque por aqui aparecem até sete polegadas moçambicanos! Acresce ainda a inclusão de inúmeros recortes, notícias e destaques dados à banda pela imprensa escrita lusitana, desde os primeiros tempos até ao último concerto lisboeta de 2007, reproduções de cartazes e outra memorabilia afectuosa devidamente comentada. Desta vez a autoria é partilhada por Abel Rosa com outros dois "dependentes" sérios, Jorge Nogueira e Pedro Freitas Branco, que contam na primeira pessoa e de forma despeitada o porquê da sua "doença" e como têm lidado com ela ao longo de muitos e muitos anos. Por defeito profissional, claro que gostaríamos de ver incluída mais informação sobre a autoria das capas (ainda estamos por descobrir de quem é a famosa fotografia do single "Start Me Up" ou o design arrojado de "Angie"), mas o livro não tem, seguramente, objectivos enciclopédicos. Despretensioso no bom sentido, raro na cumplicidade, esta é uma manifestação de carinho e dedicação que seguramente enche de orgulho os editores e autores e nos dá a nós leitores muito gosto desfolhar. Curioso, no entanto, que seja um blogue dedicado aos Beatles a apostar nos ditos rivais, mas tendo em conta que os Stones cantaram temas oferecidos pelos de Liverpool ("I Wanna Be Your Man") tudo está, obviamente, perdoado... 
Atendendo à avalanche que aí vêm em 2012, com o 50º aniversário da banda (febre que só agora começou e que já chegou ao negócio dos skis!), diríamos que este livro é, no mínimo, uma magistral jogada de antecipação.   

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

UAUU #10

VERSÃO HABITUAL


















Mantendo uma tradição da época, Sondre Lerche oferece a todos uma versão de uma das suas canções preferidas de 2011. Este ano a eleita foi "Countdown" de Beyoncé que pode ser descarregada no site oficial. Na lista de preferências do norueguês agora radicado em Nova York, estão outros grandes temas muito ao gosto aqui da casa, como são o caso de Sandro Perri, Destroyer, Cass McCombs ou Lykke Li. Extremo bom gosto!    


Sondre Lerche - "Countdown" by CHARTattack

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

THANKS!


















Desde muito cedo, dos tempos em que se intitulavam Rachel Unthank And The Winterset, que Becky e Rachel Unthank, acompanhadas pelo pianista e produtor Adrian McNally, demonstraram um enorme fascínio pelas canções de Anthony Hogarty e de Robert Wyatt. Ao vivo não dispensavam até uma cover de "For Today I Am A Boy" e "Sea Song" de Wyatt foi incluído no segundo álbum "The Bairns". Há um ano atrás, surgiu a ideia de apresentar ao vivo uma selecção de temas desses compositores ao jeito de "Songbook" e o resultado foi a edição em Novembro passado do disco "The Songs Of Robert Wyatt & Antony & The Johnsons". Captados em dois concertos na londrina Union Chappel, os seis primeiros temas dizem respeito a versões de Anthony e os restantes nove são uma selecção cuidada da imensidão de talento de Robert Wyatt. Este é o primeiro volume de vários discos já em carteira a que chamaram "Diversions" e que incluirá a edição de colaborações diversas, como por exemplo as que realizaram com a National Champions of Great Britain e a Brighouse and Ratrick Brass Band ou a banda sonora interpretada ao vivo para um filme que documenta os antigos estaleiros navais ingleses. 
Elogiado como um benção por ambos os músicos retratados, este é um álbum para ouvir no conforto do lar, antes ou depois do novo de Kate Bush ou antes ou depois da menina Birdy...

(RE)VISTO #40


















YOUNG @ HEART
de Stephen Walker e Sally George, 2007
RTP2, 25 de Dezembro de 2011
Há já alguns anos que a programação televisiva de qualquer dia de Natal repete um única fórmula: filmes de preferência para os mais novos, o que quase sempre é sinónimo de animações em banda desenhada em catadupa e sobreposição. Foi por isso particularmente feliz a emissão a meio da tarde no segundo canal da RTP deste magnífico e já famoso filme documentário. 
Na cidade americana de Northampton surgiu há já três decádas um coro de idosos incomum pelo reportório escolhido para as suas actuações. Temas dos Talking Heads, Sonic Youth, James Brown, Jimmi Hendrix, Clash ou até Coldpaly são ensaiados com abnegação por homens e mulheres para os quais a música é sinónimo de camaradagem, amizade e espírito jovem. Famosos pelas digressões na Europa e principais cidades americanas, o colectivo enfrenta verdadeiros desafios na interpretação de canções de artistas de que raramente ouviu falar, mas que são assumidos como inspiradores da sua vida diária entre hospitais e lares de recolhimento. Liderados por um maestro persistente e arrojado, o colectivo tem neste documento uma prova inequívoca de que o canto e a música são, no fundo, uma fonte de libertação e, sem exageros, de vida, como o prova o disco que os Young @ Heart se encontram agora a gravar.
Divertido e verdadeiramente emotivo, este é sem dúvida um daqueles documentos que devia merecer, por todas as razões, um horário nobre de emissão no principal canal da televisão pública.        

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

BOM NATAL!





















Afinal, isto de capas de discos de Natal não é só mania aqui da casa, havendo até quem promova, e muito bem, exposições alusivas. Entre os exemplares da nossa colecção e se tivessemos que seleccionar um dos preferidos, este "Tijuana Christmas" ocuparia certamente uma das primeiras posições. A capa é única, de impressão cartonada e acetinada, num corte-e-cose de design e maquetagem incrível. Reparem bem naquelas bolas natalícias no final do trompete... O disco é já de 1968, tem o selo da mítica Hallmark inglesa e certamente outras edições se seguiram, tendo em conta algumas diferenças no tratamento da capa que surjem pelo youtube. A música, por outro lado, é sem dúvida eficaz, alegre, descomprometida e carinhosa e funciona à mil maravilhas, com aquele swing tropical que faria até com que o Don Draper esboçasse um sorriso!
Bom Natal para todos. 

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

FAROL #98










 "O que se perde pode ser encontrado e o que se encontra pode ser novamente perdido".
Esta é a lógica da oferta que Lykke Li está a promover junto dos seus admiradores, onde humildemente nos incluímos. Com o nome de "The Lost Sessions Vol. I" a amabilidade junta três pedacinhos fabulosos do ultimo álbum em versões alternativas, a saber "Follow Rivers", "Jerome" e "Youth Knows No Pain" e estão disponíveis directamente através do seguinte link. Prendinhas deste calibre não têm preço.

SINGLES #26





















FATHER ABRAHAM and THE SMURFS - Christmas In Smurfland
Decca FR 13819, França, 1978, 45RPM
Temos pelos discos de Natal, particularmente os de vinil, uma inexplicável atracção, o que leva a que a colecção vá crescendo a olhos vistos sem justificação. Há, no entanto, uma assinalável quantidade deles que apesar de adquiridos nunca foram sequer escutados ou estudados... É o caso deste sete polegadas de 1978, uma brincadeira de época que só agora decidimos prestar mais atenção tendo em conta a situação actual do país, o corte de subsídios e as previsões escurecidas para os próximos tempos. Ou seja, uma verdadeira estrumfada! Como certamente repararam, os Smurfs renasceram este ano via filme em 3D, mas o que é certo é que um holandês chamado Pierre Kartner, o tal Father Abraham, empreendeu há muito uma veia musical à banda desenhada com êxito atrás de êxito e que, para esquecer tristezas, acaba até por resultar. Bem vindos ao Natal aqui na terra, uma verdadeira Smurfland!

(RE)LIDO #39

EXILE ON MAIN ST.
de Bill Janovitz. New York: Continuum Books, 2005
Talvez já tudo tenha sido dito e escrito sobre "Exile On Main St.", disco quase maldito dos Rolling Stones e considerado por muitos o melhor exemplo do que deve ser um álbum de rock & roll. Para quem leu a biografia de Keith Richards, como nós, todo o ambiente das gravações efectuadas na Riviera francesa é recuperado por uma inúmera série de situações recambolescas, desde passeios nocturnos ilegais de barco no mediterrâneo até dias sem dormir à custa de muitas doses e alucinações... Escrito cinco anos antes, este pequeno livro da excelente série Contiuum, pode não apresentar muitos desses pormenores só revelados com a auto-biografia, mas não é por isso que deixou de ter uma enorme validade. Janovitz, líder dos extintos Buffalo Tom, foi desde miúdo um acérrimo fã da banda e em particular deste "Exile On Main St.". Atendendo a essa "doença", não resistiu a contar como é que esta música gravada em pleno território europeu é mais americana do que muitas outras. Para o efeito, faixa a faixa, o autor descreve de forma brilhante inúmeros pormenores reveladores das potencialidades e virtudes das canções, o que só está ao alcance de um músico experiente e, nitidamente, perspicaz. Não resistimos ao longo da leitura do livro a ligar o iPod, escolher o álbum e confirmar que ao minuto X da faixa Y surgirá uma qualquer desafinação, um coro feminino, uma batida diferente ou uma guitarra em sobreposição de que o autor tentou e conseguiu identificar o porquê e a autoria! Uma verdadeira análise à lupa que permite uma melhor percepção da grandeza deste trabalho e da dificuldade em escolher o melhor alinhamento e selecção de todo o material registado tão intensamente naquele Verão em Nellcôte. Para o provar aqui fica uma dessas grandes canções que não coube nos quatro lados dos vinis editados em 1972 e que, por isso mesmo, não fez parte das considerações de Janovitz, mas que certamente ele saberia esmiuçar na perfeição.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

RUFUS E O SUCESSO














E se o próximo disco de Rufus Wainwright fosse gravado em dois meses, tivesse Mark Ronson como produtor, os Dap-Kings a tocar em fundo, o Nels Cline dos Wilco a solar e a irmã Martha a ajudar, como habitualmente, nas vozes? Parece inverosímel, mas o que é certo é "Out Of The Game", nome do álbum, sai na Primavera, respira pop e dança por todo o lado e é, nitidamente e como reconhecido, uma (última?) tentativa de alcançar um sucesso global e comercial até aqui ainda não conseguido. Um dos novos temas - "Candles" - será dedicado à mãe Kate e foi já apresentado ao vivo, dessa vez em memória de Amy Winehouse... Pelo meio, há uma filha para criar, a ópera "Prima-Dona" na Brooklyn Academy of Music em Fevereiro e outras confissões a descobrir via Stereogum.    
Em época de Natal, realizou-se a já habitual e beneficente reunião de família e ilustres convidados em cima do palco do Town Hall de Nova Iorque e Rufus apresentou-se ontem no programa Late Night With Jimmy Fallon onde cantou "Cantique de Noel/Minuits, Chrétiens", uma versão francesa do tema "O Holy Night" na companhia dos sempre em forma The Roots. Maravilha.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

UAUU #9

STOP THE PRESS!













A espera por "Maraqopa", o novo álbum de Damien Jurado, já se torna fastidiosa. Por todos os meios, há que saber um pouquinho mais sobre ele e foi assim que descobrimos esta recente sessão video realizada a semana passada na sua cidade natal a convite do jornal "Seattle Times". Para o efeito foi usada a antiga oficina de impressão situada na cave do edifício, mas há muito abandonada. Sabemos perfeitamente o que são estes locais industriais, plenos de histórias e patines fabris e aqueles cheiros a tintas velhas e massas consistentes... No local, Jurado tocou quatro novas canções enquanto a sua esposa Sarah Jurado realizava as fantásticas fotografias que podem conferir por aqui. O tema título que abaixo se reproduz é espantoso. Os restantes videos estão também disponíveis.  
Entretanto, a digressão europeia do artista tem fixadas oito (8!) datas em Espanha no próximo mês de Março, sendo que a 18 daquele mês Jurado estará em Ourense, ou seja, a pouco mais de duzentos quilómetros do Porto. Quem sabe...    

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

3 X 20 ESPECIAL 2011













20 CANÇÕES X 20 ÁLBUNS X 20 CONCERTOS
+ 10 Low + 10 High 2011

Em ano difícil, aqui ficam as nossas preferências musicais estendidas a um país/mundo cada vez mais ao jeito do grande e sábio João Pinto: "estavamos à beira do abismo, mas conseguimos dar um passo em frente..." 


20 Canções:
1. METRONOMY - The Look
2. TORO Y MOI - Still Sound
3. WILCO - I Might
4. STEPHEN MALKMUS AND THE JICKS- Brain Gallop
5. WILD BEASTS - Loop the Loop
6. THE BLACK KEYS - Lonely Boy
7. FLEET FOXES - Helpleness Blues
8. PJ HARVEY - The World That Maketh Murder
9. DESTROYER - Kaputt
10. ARCTIC MONKEYS - The Hellcat Spangled Shalala
11. JENS LEKMAN - An Argument With Myself
12. PATRICK WOLF - The Days
13. JAMES BLAKE - Limit To Your Love
14. BATTLES feat. Matias Aguayo - Ice Cream
15. REAL ESTATE - It's Real
16. LANA DEL REY - Video Games
17. LITTLE DRAGON - Ritual Union
18. MICHAEL KIWANUKA - Tell Me a Tale
19. AVI BUFFALO - How Come
20. ELEANOR FRIEDBERGER - My Mistakes


20 Álbuns:
1. DESTROYER - Kaputt
2. KATE BUSH - 50 Words For Snow
3. BILL CALLAHAN - Apocalypse
4. JUNE TABOR - Ashore
5. METRONOMY - The English Riviera
6. PJ HARVEY - Let England Shake
7. WILD BEASTS - Smother
8. REAL ESTATE - Days
9. WILCO - The Whole Love
10. STEPHEN MALKMUS AND THE JICKS - Mirror Traffic
11. JAMES BLAKE - James Blake
12. FLEET FOXES - Helpleness Blues
13. THE BLACK KEYS - El Camino
14. JONHATAN WILSON - Gentle Spirit
15. SCOTT MATTHEWS - What the Night Delivers
16. THE WHITE DENIM - D
17. THE STEPKIDS - The Stepkids
18. BON IVER - BON IVER
19. ATLAS SOUND - Parallax
20. CASS McCOMBS - Wit's End


20 Concertos:
1. WILCO, Auditorio Mar de Vigo, 4 de Novembro
2. SHARON JONES & THE DAPKINGS, Casa da Música, 3 de Julho
3. JOHN GRANT, Auditorio de Espinho, 19 de Outubro
4. THE STEPKIDS, Plano B, Porto, 7 de Dezembro
5. JOANNA NEWSOM, Caixa Nova, Vigo, 22 de Janeiro
6. ANNA CALVI, Hard Club, 12 de Setembro
7. TWIN SHADOW, Auditório Mun. Vila do Conde, 26 de Maio
8. EMERALDS, Serralves, 23 de Julho
9. STRANDED HORSE, Passos Manuel, 12 de Fevereiro
10. MGMT, Parque da Cidade/Queimódromo, Porto, 4 de Maio
11. TORO Y MOI, Auditório Mun. Vila do Conde, 27 de Maio
12. JONHATAN WILSON, Auditorio Mar de Vigo, 4 de Novembro
13. ANNE SOFIE VON OTTER & BRAD MHELDAU, Casa da Música, 26 de Março
14. DAVE DOUGLAS "TEA FOR 3", Serralves, 23 de Julho
15. GANG GANG DANCE, Serralves, 29 de Maio
16. LEE RANALDO, Casa da Música, 19 de Novembro
17. EUROS CHILDS, Museu Nac. Machado de Castro, Coimbra, 8 de Outubro
18. RAINBOW ARABIA, C.C.Vila Flor, Guimarães, 16 de Julho
19. MOON DUO, Serralves, 23 de Julho
20. ELEANOR FRIEDBERGER, Museu Nac. Machado de Castro, Coimbra, 8 de Outubro


10 Low:
. A sujidade e imundice, dia e noite, da baixa do Porto;
. O monstro Merkozy que ataca sempre tarde e a más horas;
. A indiferença generalizada pelo cancelamento da Cinemateca do Porto; 
. O termos falhado demasiados concertos imperdíveis;
. O fim não muito bem explicado, como convém, dos White Stripes;
. A nítida perca de qualidade, coerência e actualidade da RTP2;
. O descontrole estúpido das praxes académicas;
. As redes sociais e o aumento das quebras de amizade e casamentos;
. O hábito, perdido, de jogar ténis com os amigos;
. Um país, Portugal, sempre adiado e cada vez mais injusto.

10 High:
. O podermos ouvir rádio sem irritação = Vodafone Fm;
. A aterragem milagrosa do Primavera Sound na Invicta;
. A corrida como revigorante físico e anti-stress;
. A leitura, sempre a crescer, de livros e imprensa;   
. O paraíso visual do canal Arte;
. O termos aprendido a gostar ainda mais dos Rolling Stones;
. A descoberta tardia mas viciante da série "Mad Men";
. O regresso inesperado e inacreditável da Kate Bush;
. A irrequieta e amável Sharon Jones nos bastidores da CDM; 
. Por todas as razões, o fabuloso dia azul e branco passado em Dublin.

Especial 2010

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

NOVO LAMBCHOP EM FEVEREIRO


















A notícia de um novo disco dos Lambchop é, no nosso caso, motivo para festejar. O senhor Kurt Wagner, um dos nosso heróis de estimação, motivou já uma viagem em menos de três horas, decidida em cima da hora, só para o ver na companhia dos seus amigos de Nashville no palco do extinto Paradise Garage em Abril de 2002 e para ficarmos, já na altura, completamente agarrados. Como banda, os Lambchop já cá andam há quase vinte anos e será sempre muito difícil escolher qual o melhor disco duma discografia coerente e bonita. O último e também magnífico "Oh, Ohio" tem já três anos, mas surge agora a confirmação de um novo álbum, o décimo primeiro, de nome "Mr. M" a sair pela Merge Records em Fevereiro de 2012. Gravado num estúdio instalado num bungalow de praia, o disco é dedicado a Vic Chessnut e reúne, como sempre, algumas meditações líricas sobre o amor ou a falta dele, temáticas envolvidas nas habituais e majestosas orquestrações e guitarras tão ao jeito do mestre Wagner. Os colaboradores e músicos são os de sempre a que se junta a voz de Cortney Tidwell que partilhou com Wagner um disco em 2010. A imagem da capa pertence a uma série de pinturas intitulada "Beautillion Millitaire 2000" que o próprio Wagner desenvolveu. Está prometido uma intensa digressão que passa pela Europa e uma edição do disco em vinil que, na versão limitada, tem como bom bons uma versão dos Beach Boys e uma gravura da imagem de capa devidamente autografada por Wagner, um membro graduado da Memphis Academy of Arts!
Aqui fica um bocadinho açucarado da nova lambarice... 

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terça-feira, 13 de dezembro de 2011

ÁLBUM PARA KIWANUKA

















Michael Kiwanuka, uma das revelações do ano, tem finalmente data marcada para a edição do ábum de estreia. Chama-se "Home Again" e a 26 de Março proximo aparecerá, em primeira mão, na Amazon inglesa. Não sabemos qual o será o alinhamento, mas apostamos que o disco acabará por reunir todos as canções dos 3 EP's entretanto lançados, o último dos quais terá precisamente o mesmo tema título e estará disponível no primeiro dia do ano novo. É o que se chama entrar com o pé direito!

PATRIMÓNIO MUNDIAL




















Em tempos natalícios, esqueçam os ding-dongs, os pais natais "back in town" ou as pópotas gordas. Não percam tempo em compilações ou outras irritações sonoras. Comprem, roubem ou peçam emprestado o disco póstumo de Amy Winehouse e façam o favor de o pôr tocar bem alto no rádio do carro, no banho, no local de trabalho, no telemóvel ou iPod porque estas canções deviam ser obrigatórias em todas as casas hipotecadas, nas ruas da crise, nos shoppings do deficit ou nas lojas em descontrole financeiro. Não pensem em homenagens, tributos, top's ou outras pieguices. Esta música está acima de tudo isso. Mesmo. Ponto final.

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

THE STEPKIDS, Plano B, Porto, 7 de Dezembro de 2011













Tal como se comentava ontem com o amigo habitual destas andanças, nos últimos anos o Porto tem tido sorte na rapidez com que novos e prometedores projectos ou artistas acabam por se apresentar, ainda frescos, por palcos pequenos no tamanho mas vibrantes na proximidade. Foi o caso, entre muitos exemplos, de Kurt Vile nos Maus Hábitos (Dezembro de 2009) ou dos agora badalados Real Estate no Plano B (Fevereiro de 2010) e com os Stepkids seria previsível que aconteceria o mesmo. Em todos estes espectáculos são músicos humildes que montam e desmontam os instrumentos, experimentam recursos, vendem directamente os seus discos em bancas improvisadas e atiram-se de cabeça para a frentre dum palco que desconhecem e de um público também ele expectante e pronto a ser surpreendido. Com um magnífico álbum como cartão de visita, o trio norte-americano, que fazia a estreia por cá, apostou na simplicidade e eficácia e, claro, foi o suficiente para se tornar memorável. Vestida de branco, cor dos panos com que cobriram a restante aparelhagem, a banda entrou decidida a fazer estragos, enquanto umas eficazes projecções coloridas ao jeito psicadélico preenchiam a totalidade do palco. Som pleno, principalmente o brutal baixo do também vocalista Dan Edinberg e que, especialmente em "Sweet Salvation", foi uma das pedras de toque de uma noite, já madrugada, pela qual valeu a pena a espera. Há por ali muito treino, traquejo e mestria no tratamento soul/funk/rock de canções como "Shadows on Behalf", "Suburban Dream" ou "Cup Half Full" que, em versão ao vivo, ganham uma ainda maior dimensão sónica e experimental, ou não fossem os Grateful Dead, como confessado, um dos guilty pleasures assumidamente reconhecido. Não há que enganar, pelos Stepkids repousará uma das coroas de glória de 2011 prontinha a transformar-se num fenómeno musical de eleição para o próximo ano. Eles bem o merecem.







quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

AIR A TRIPAR


















Os franceses Air realizaram a banda sonora para a versão restaurada e colorida do clássico filme de George Méliès "Le Voyage Dans La Lune" de 1902. Apresentado na passada edição do Festival de Cannes, o filme será incluído em DVD numa versão especial do novo disco. Este filme tem, aliás, um papel importante na mais recente película de Martin Scorcese, "Hugo", fantasia em 3D que estreia em Portugal em Janeiro com o título de "A Invenção de Hugo" e onde o personagem principal tem um gosto especial pelas imagens em movimento do mestre francês.
Quanto aos novos temas, Nicolas Godin confirmou-os como mais orgânicos e com uma sonoridade aproximada a um disco ao vivo. O primeiro exemplo é "Seven Stars", uma colaboração fantástica com Victoria Legrand dos Beach House. O disco estará nas loja a 6 de Fevereiro próximo.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

SEJAM BEM-VINDOS A MARAQOPA


















No site de Damien Jurado estão já as directrizes para "Maraqopa", uma minúscula povoação de dois habitantes, ou seja, o próprio Jurado e Richard Swift. Desde 2010 com "Saint Barlett" que a dupla não se larga e a mais recente colaboração terá a luz do dia em Fevereiro do próximo ano através da Secretly Canadian. Uma pequena amostra de nome "Nothing Is The News" está já disponível para audição e descarga.

"Nothing is the News" by Damien Jurado by DOJAGSC

FAROL #97










O site NoiseTrade, com o Natal à porta, decidiu oferecer uma compilação catita a que chamou "American Songwriter Sessions". Basta aceder ao site, preencher o email e na volta esperar o link para temas de Damien Jurado, Vetiver ou Ron Sexsmith e muitos outros artistas a descobrir como Harper Simon, filho do grande Paul Simon!

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

(RE)LIDO #38






















TOUCH ME I'M SICK
de Charles Peterson. New York: Power House Books, 2003
O grunge teve Seattle como epicentro explosivo de um fenómeno musical que rapidamente se espalhou pelos cinco continentes. O fotógrafo Charles Peterson viveu, desde o início e de muito perto, toda a agitação expontânea de inúmeras bandas que mais tarde se tornariam fenómenos à escala mundial. Entre as 92 fotografias a preto e branco escolhidas para este livro, surgem em particular destaque os Nirvana e a suas agitadas convulsões ao vivo, imagens impressionantes quer pela oportunidade quer, acima de tudo, pela proximidade intimista que denotam, onde Peterson assume quase o papel de reporter em zona de perigo. Mas há outras bandas míticas retratadas, dos Mudhoney (cuja título de uma canção deu nome ao livro), aos Sonic Youth, dos Black Flag aos Pussy Galore, passando por Henri Rollins, Soundgarden e, claro, Pearl Jam. Na introdução ao livro Eddie Vedder conclui: "Personally, I will say that not all of these photographs are easy to take in. Rock and roll allowed my dreams to come true. Including the nightmares", o que evidencia, certamente, a crueza e beleza destes instantâneos. Ou seja, este é já um álbum clássico da fotografia do rock e da música moderna.



2 OU 3 DE MARÇO, DIA DE ST VINCENT













A edição portuense do Festival Vodafone Mexe tem já uma excelente confirmação: St Vincent/Annie Clark toca na cidade no fim de semana de 2 e 3 de Março do próximo ano. O evento pretende mexer com a zona de Passos Manuel, tal como acontece nas noites Alta-Baixa (bares Passos Manuel, Maus Hábitos e Pitch), mas estende-se ao Coliseu, ao Ateneu, ao Sá da Bandeira, à FNAC St. Catarina e à própria Garagem Passos Manuel. Mais um grande concerto agendado para 2012!  

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

THE STEPKIDS NO PLANO B












Pode não ser o concerto do ano, mas será, pelo menos, o mais apetitoso e imperdível do próximo mês de Dezembro. Com o selo de garantia da editora Stones Throw Records, casa onde começaram nomes como Mayer Hawthorne, Sharon Jones ou Aloe Blacc, os The Stepkids tem no seu disco homónimo de estreia uma colecção de canções entranhadas de jazz, funk, soul e alguma irreverência punk que, depois de misturados, se tranformam numa excelente receita psicadélica. A noite da próxima quarta-feira, dia 7, no Plano B é, por isso mesmo, momento de festa e fazemos figas para que, por lá, estejam à venda alguns dos vinis mais bonitos editados em 2011...

terça-feira, 29 de novembro de 2011

WILCO NA PRIMAVERA

O Primavera Sound previsto para o parque da cidade em Junho de 2012 começa agora verdadeiramente a aquecer. Depois da confirmação de Björk, Yo La Tengo, Neon Indian, Other Lives, Jeff Mangum, Codeine, Shellac e The Walkmen, surgiu hoje a notícia que também os The Drums, Washed Out, Olivia Tremor Control, Veronica Falls e, yes, os Wilco, se alinham no mesmo festival! A jogada é de mestre, tendo em conta a proximidade de territórios galegos e castelhanos por onde a banda de Jeff Tweedy goza de uma reputação e fama longínqua. 

Actualização: + The xx, Spiritualized, Death Cab For Cutie, Beach House, The Dirty Three, Siskiyou e Explosions In The Sky. Xiiiiiii!



Já agora um pedido à organização: os Black Keys tem novo álbum na forja (que, fazendo batota, já ouvimos na totalidade e que é uma pedra rock assinalável) e este seria talvez o momento ideal para o duo se juntar à festa tripeira já que, pelo menos, a 6 de Junho eles estarão na Europa (Manchester)... Aqui vai disto!    


Black Keys - Lonely Boy (RSD) from Record Store Day on Vimeo.

MAGNÍFICOS DIAS ATLÂNTICOS
















O eixo atlântico Porto-Vigo foi nos anos 80 uma realidade cultural visível. A cidade espanhola, onde se ia em excursão comprar caramelos e vinis ao El Corte Inglês, recebeu uma "movida" famosa pela agitação nocturna onde a música teve um papel importante com bandas como os Siniestro Total, Resentidos ou os Semen Up, só para citar alguns. Essa história tem, desde a semana passada, um livro retrospectivo intitulado "Vigo a 80 Revolucións Por Minuto" do jornalista Emilio Alonso. O autor, ele próprio um radialista que viveu em pleno essa agitação e da qual tem dado conta no blog Vigo80RPM, recebeu nessa época imensas demos em cassete de bandas portuguesas que ainda hoje guarda em casa e que utilizou, em alguns casos, nos seus programas em FM ouvidos por terras vianenses ou bracarenses. A explosão musical viguense foi, assim, um fenómeno com forte impacto no país vizinho e mereceu recentemente a realização de um documentário intitulado "Galicia Canibal" estreado no Festival In-Edit de Barcelona que decorreu entre 27 de Outubro e 6 de Novembro. Dirigido por Luís Montenegro, o filme concorreu na secção EXCEDLENTS e será proximamente emitido pelo segundo canal da TVE. 

E nós com isso? Bem, lembramo-nos de ver os GNR na TV Galícia (1984?), tendo a banda chegado a actuar várias vezes em Vigo e também em Madrid. Por lá foi editado o vinil do álbum "Os Homem Não Se Querem Bonitos", disco que ainda hoje é possivel descarregar no iTunes espanhol! Por cá, a avalanche de concertos de bandas estrangeiras fazia, nessa altura, com que alguns, poucos, galegos se metessem ao caminho até ao Porto, ligação agora mais rápida e frutuosa, tendo em conta a quantidade de espanhóis que a Casa da Música recebe em muitos dos seus eventos. 
A realidade da invicta nestes tempos tem desde sábado também ela uma história. Lançado precisamente na CDM, o terceiro volume da obra "Casas da Música no Porto: para a história da cidade" da autoria de Sérgio C. Andrade, Ana Maria Liberal e Rui Pereira é dedicado à segunda metade do século XX e nele desfilam histórias sobre os artistas, os concertos, as salas e o público da música ao vivo dessa época, fenómeno hoje imparável. Um livro que, certamente, vamos querer muito ler.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

KATE IMACULADA




















Uma das surpresas do ano foi a edição, em Março, de "Director's Cut", um disco onde Kate Bush fazia a reciclagem de material antigo e obscuro com resultados bem agradáveis. Mais surpreendente ainda é "50 Words For Snow", um segundo trabalho no mesmo ano, saído a semana passada e já a fazer furor nas tabelas de vendas inglesas. Gravado nas mesmas sessões do antecessor, o disco é um assombro imaculado! Sete longos temas à volta da neve, a maioria ao jeito de piano-voz, de nítido travo intimista e de recolhimento nocturno e onde, a cada audição, dá vontade que neve e o frio aumente! Quentes, pelo contrário, são as vozes de Stephen Fry e Elton John, duas colaborações recatadas e sóbrias que se ouvem em dois dos temas. Pela primeira vez, Kate Bush dirige uma sequência de três animações em video de canções do disco, a última das chamada quais elege parte do magnífico "Misty" sob o nome de "Mistraldespiar". Se cá nevasse...



O REGRESSO DE UM SÁBIO



















Tal como prometido, Leonard Cohen terá um novo álbum de originais já em final de Janeiro próximo. O disco "Old Ideas" é o regresso a material inédito ao fim de oito anos e pode, desde já, começar a ser descoberto através do tema "Show Me The Place" entretanto disponibilizado. Na cerimónia de entrega do prémio Príncipe das Asturias realizado em Outubro passado, Cohen sentenciou:

As I grew older, I understood that instructions came with this voice. And the instructions were these… Never to lament casually. And if one is to express the great inevitable defeat that awaits us all, it must be done wtihin the strict confines of dignity and beauty.”

Assinado, L Cohen, 77 anos.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

TORTO + LAETITIA SADIER + NO KIDS + LEE RANALDO + DEAN WAREHAM, Clubbing, Casa da Música, 19 de Novembro de 2011


A ementa da noite Clubbing de sábado passado era, no mínimo, suculenta. Uma aura indie concentrada em nomes que remetiam para os Stereolab, Galaxie 500 ou Sonic Youth mostrava-se muito atractiva até para nuestros hermanos, atendendo à quantidade sonante de castelhano ou galego que por lá se ouvia, tendo a casa recebido uma moldura bem composta. No entanto, o que nos parece é que para este tipo de eventos (leia-se concertos simultâneos e de alguma intimidade), o local apresenta-se problemático, inadaptado e maçador. Já lá vamos.

A jogar em casa, os Torto, que faziam a sua estreia no palco mais pequeno (Sala 2) perante alguns curiosos, como nós, que arriscaram não ganhar lugar na sala grande (Sala Suggia), não desiludiram com a sua massiva e crescente dose de experimentalismo rock, onde uma bateria e baixo vincados se juntaram de forma convincente à guitarra de Jorge Coelho, tudo muito Tortoise, pois claro. Prometedor. 


Agora havia que descer rapidamente para o auditório maior onde Laetitia Sadier, cumprindo o horário, tinha já começado a cantar. O congestionamento junto das portas de entrada situadas a meio do recinto era já assustador e depois de conseguirmos penetrar só restavam, obviamente, lugares na segunda plateia. A cada trinta segundos, a sala era literalmente atravessada por mais gente a entrar, gente a sair, conversas em alta voz, procura de amigos e conhecidos ao telemóvel enquanto a ex-Stereolab lá continuava em palco para desprezo e desconhecimento de muitos. Pelo pouco que conseguimos ver e ouvir, Laetitia não parece ter deixado muitas saudades. Em relação ao concerto que presenciamos no Passos Manuel o ano transacto, a imensidão da sala não absorveu da melhor forma a pop conseguida no álbum “The Trip”, já que a solo e naquelas condições, a receita não funciona. Sadier contou as mesmas histórias já ouvidas (p. ex. que em pequena sonhava conhecer dois locais: a Austrália e o Porto...) e lançou, sem êxito, para desanuviar o ambiente frio, alguns comentários desconexos alusivos, por exemplo, à próxima greve geral... Tá bem, estava na hora certa para tornar a subir a escada rolante.

Aí, sozinho em cima do palco estava Nick Krgovich, mentor e líder do trio canadiano No Kids e do projecto Gigi. Mas não estavam anunciadas como bandas? Ainda esperamos, em vão, que os restantes elementos surgissem, mas o logro parecia confirmar-se (pelo menos seria mais sincero anunciar Krgovitch a solo já que, como o próprio confirmou, os Gigi são para aí uns trinta e nunca deram um concerto!). Mesmo assim, servindo-se da sua voz segura, de samplers e um único teclado, a curta apresentação serviu para demonstrar as muitas potencialidades dos seus projectos pop. Entre novos temas, faltaram mais canções do magnífico disco de estreia “Come Into My House”, embora “Bluster In the Air” tenha conquistado imediatamente a atenção dos poucos aderentes. Surpreendeu ao terminar com uma versão ritmada de um tema de David Lynch a que responderam alguns com uma inesperada sessão de dança. Mesmo assim, não deixamos de sentir um travo amargo de desilusão.




De regresso ao piso inferior, a confusão agudizou-se. Enquanto Lee Ranaldo já em palco concentrava a atenção da primeira metade da sala, cujas portas de acesso situadas mais perto do palco se mantiveram, e muito bem, encerradas, na plateia da rectaguarda viviam-se momentos ao jeito de uma estação de metro: uns levantam-se, muitos sentam-se, uns preferem “viajar”de pé, outros conversam sobre futebol (“quem é o gajo? Lee Ronaldo!”), trocam-se piropos... Só faltou o sonoro “Próxima estação: Casa da Música”! Fartos de ser incomodados para deixar passar mais “paraquedistas”, só a muito custo lá conseguimos um lugar na terceira fila para as ultimas três músicas. Ufa! Rodeado por quatro guitarras acústicas, Ranaldo esteve igual a si próprio, isto é, brilhante instrumentista (embora com alguns precalços nos pedais), não tão bom cantor, mas, mesmo assim, a arriscar e experimentar muito pouco. Tempo para uma dedicatória ("Angles", ver video abaixo) a alguns bons amigos que vivem tempos atribulados, certamente pensando no processo de divórcio de Thurston Moore e Kim Gordon. Bom, mas devia (podia?) ter sido melhor. 


Já depois da “hora de ponta”, a sala principal, bem mais calma, recebeu o senhor Galaxie 500/Luna, Dean Wareham. A cada canção, rapidamente reconhecida por muitos fãs presentes, a banda afirmou-se pela sua competência instrumental, quer pelos solos irrepreensíveis de Wareahm mas também pela sobriedade da esposa, a baixista Britta Philips (Dean And Britta), que chegou a (en)cantar em alguns dos temas. Bem recebidos, tiveram até direito a merecido encore. 


Quanto a Mt Eerie, ainda nos esforçamos por subir a escada novamente, mas o acesso estava já em sentido descendente, ou seja, ala para casa dormir.   

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

(RE)VISTO #39




















A SOMBRA DE UM GÉNIO
de Allison Anders. Universal, Portugal, 1996/2007, DVD
O que fazem todos juntos, num filme produzido por Martin Scorcese, actores como Matt Dillon, John Turturro, Chris Isaak, Patsy Kensit ou Bridget Fonda? Sinceramente, não fazem grande coisa. A película conta a história fictícia de Denise Waverly, aspirante a cantora e compositora e tem uma aparente inspiração na vida de Carol King e do seu marido e produtor Gerry Gofin (Matt Dillon), mas são óbvias outras semelhanças biográficas com Brian Wilson ou Phil Spector. O melhor da fita é mesmo a música e algumas das recriações de época, já que a fraca realização leva a história por caminhos tão triviais e suicidas que dá pena. Caímos nesta charopada por uma só razão: foi aqui que começou a colaboração de Burt Bacharah com Elvis Costello e da qual saiu o tema "God Give Me Strenght". O entendimento foi tão salutar que, dois anos mais tarde, a dupla assinaria o álbum "Painted From Memory", um épico clássico da pop moderna e um dos (nossos) discos de uma vida. A cena em que a protagonista canta o tema acaba por ser o momento mais alto do filme, embora a versão do próprio Costello, que surge nos genéricos finais, esteja muitos furos acima. Uma historieta que vale mesmo o preço justo que custou (1€) e uma boa dose para repousar no sofá de um qualquer chuvoso domingo à tarde...

PORTISHEAD EM VINIL


















Não é todos os dias que um novo 12" em vinil dos Portishead vê a luz do dia. Acontece agora com o magnífico tema "Chase The Tear", original lançado em 2009 via digital/download e cujas vendas revertiam para a Amnistia Internacional. O disco, de edição limitada pela XL Recordings, tem no lado B uma reinvenção da mesma canção pelos canadianos Doldrums e as receitas terão o mesmo destino.     

3 X 20 NOVEMBRO











20 Canções:
. THE STEPKIDS - Shadows Of Behalf
. SANDRO PERRI - Changes
. MILAGRES - Moon On The Sea's Gate
. THURSTON MOORE - Space
. ANDREW BIRD - Night Sky
. FINK - Berlin Sunrise
. LONEY DEAR - D Major
. MY BRIGHTEST DIAMOND - I Have Never Loved Someone
. ELEANOR FRIEDBERGER - Scenes From Bensonhurst
. DIRTY BEACHES - Lord Know Best
. RYAN ADAMS - Kindness
. SCOTT MATTHEWS - Head First Into Paradise
. STILL CORNERS - Into the Trees
. KURT VILE - It's Alright
. BLACK LIPS - Spidey's Curse
. RACHEL YAMAGATA - Even If I Don't
. JOHN CALE - Whaddya Mean By That?
. BEIRUT - Port Of Call
. CANT - Believe
. LIITLE DRAGON - Seconds

20 Versões:
. THE HORRORS - Suffragette City (David Bowie)
. THE POSTMARKS - 11:59 (Blondie)
. THE WALKMEN - Holiday Road (Lindsey Buckinham)
. VOLANTES - Hard To Explain (The Strokes)
. FRIENDLY FIRES - The Edge Of Glory (Lady Gaga)
. ST. VINCENT - She Is Beyond Good And Evil (The Pop Group)
. PARENTHICAL GIRLS - Under The Ivy (Kate Bush)
. BIRDY - Shelter (The XX)
. MY BRIGHTEST DIAMOND - Lucky (Radiohead)
. THE NATIONAL & ST. VINCENT - Sleep All Summer (Crooked Fingers)
. BOMBAY BICYCLE CLUB - Video Games (Lana Del Rey)
. BOY FRIEND - Gimme Gimme Gimme (ABBA)
. BRIGHT EYES feat. FIRST AID KIT - We're Going to Be Friends (The White Stripes)
. EMILIE SIMON - I Wanna Be Your Dog (The Stooges)
. ASOBI SEKSU - Little House of Savages (The Walkmen)
. SOPHIE ELLIS-BEXTOR - Rebellion (Arcade Fire)
. TRACEY THORN - Night Time (The XX)
. RUFUS WAINWRIGHT feat. CHRIS STILLS - Harvest (Neil Young)
. BADLY DRAWN BOY - The Power Of Love (FGTH)
. SIMON BOOKISH - Sea Song (Robert Wyatt)

20 Remixes:
. THE ANTLERS - Parentheses (PVT Remix)
. GANG GANG DANCE - Chinese High (Gg Remix)
. LYKKE LI -Dance Dance Dance (Buraka Som Sistema Remix)
. CHILLY GONZALES - You Can Dance (Walter Sobcek Remix)
. DEEE-LITE - Groove Is In The Heart (Gigamesh Remix)
. LITTLE DRAGON - Ritual Union (Captain Planet Remix)
. GIGAMESH - When You're Dancing ft. Induce (RAC Remix)
. PATRICK WOLF - Together (Garçon Garçon Remix)
. DEATH CAB FOR CUTIE - Doors Unlocked And Open (Cut Copy Remix)
. TWIN SISTER - Kimmi in a Rice Field (Balam Acab Remix)
. JULIANNA BARWICK - Vow (Diplo & Lunice Remix)
. WASHED OUT - Amor Fati (Clams Casino Remix)
. PETER BJORN AND JOHN - Dig A Little Deeper (Mayer Hawthorne Remix)
. THE DRUMS - How It Ended (Jeremy Summer Camp Remix)
. CULTS feat. Freddie Gibbs - Bad Things (Remix)
. HOLY GHOST! - Static On The Wire (RAC Remix)
. MARINA & THE DIAMONDS - Radioactive (Starsmith Remix)
. CASIOKIDS - Det Haster! (Of Montreal Remix)
. NEON INDIAN - Sleep Paralysist (Com Truise 'Eyelid' Remix)
. DARWIN DEEZ - Up In the Clouds (Shoes Remix)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

NOVO EP DE PATRICK WOLF




















Com a chegada do tempo mais frio e cinzento, Patrick Wolf regressa aos discos com o mini-lp "Brumalia" que inclui seis novos temas e a faixa "Together" do último "Lupercalia", canção efusivamente recebido ao vivo na última digressão. Com data de lançamento prevista para 4 de Dezembro e ao jeito de "música de estação", Wolf assume um som mais íntimo e melancólico, recorrendo ao Ipad tão na moda, mas também a instrumentos mais clássicos como o piano e sopros de madeira. Na capa do disco surgem fotografias a preto e branco da autoria de Patti Smith, amizade que levou Wolf a fazer parte de alguns espectáculos da artista norte-americana. Aqui fica "Together" em versão de estúdio.