segunda-feira, 26 de setembro de 2011

(RE)LIDO #36





















APENAS MIÚDOS / JUST KIDS
de Patti Smith. Lisboa: Quetzal, 2011
Propositadamente, deixamos passar vários dias para nos pronunciarmos sobre esta primeira obra em prosa de Patti Smith. Talvez assim, pensamos, fosse mais fácil tecer alguns comentários justos sobre um livro que, de tão afectuoso, nos deixou simplesmente de rastos. Temos, no entanto, bastante dificuldade em expressar a beleza das linhas escritas sobre a relação da autora com Robert Mapplethorpe, parelha mítica da cultura ocidental. Em jeito de homenagem ao companheiro e cumprindo uma promessa a ele feita ainda em vida, Smith conta uma história a dois tão inspiradora e serena que parece ficção, parece um conto. Sabemos agora que há já a pretensão de a levar para o cinema, projecto onde Patti Smith se envolverá pessoalmente, mas temos muitas dúvidas que as imagens consigam melhor que isto. Não há por entre estas palavras um sinal biográfico inequívoco, um sopro de vaidade ou um golpe de vingança manhoso, mas sempre uma leveza descritiva baseada na amizade, respeito e até amor de duas almas gémeas que o tempo e circustâncias quiseram separar sem, verdadeiramente, o conseguir. Vencedor do National Book Ward americano, este é um daqueles livros que sentimos ser um marco literário inspirador e multiplicador de afectos. Façam o favor de nele se envolverem de forma obrigatória!     

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