terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

GRUFF RHYS EM COIMBRA

















Pois é, um tanto inesperadamente o senhor Super Furry Animals, ou seja Gruff Rhys, tem espectáculo a solo marcado para Coimbra (CAV – Centro de Artes Visuais) no próximo dia 29 de Março. Só discos com a banda são quase uma dezena desde 1996 e a solo o homem também não tem parado, como o prova o excelente "Hotel Shampoo" de 2011 e que será, provavelmente, o fio condutor do concerto. Aqui fica um bom exemplo do que poderá ser uma noite imprevisível mas certamente divertida. 

BELLE & SEBASTIAN BATEM DE FRENTE


















A notícia de uma segunda investida dos Belle & Sebastian no papel de compiladores para a série "Late Night Tales" tem já algumas semanas. São vinte e quatro os temas eleitos e, como sempre, bom gosto é o que não falta. Novidade fresquinha é, no entanto, a disponibilização integral para escuta da habitual versão a cargo da banda e que desta vez recaiu sobre o tema "Crash" (1988) dos Primitives. No primeiro volume datado de 2006, Stuart Murdoch e companhia, ainda sob o efeito da primeira viagem ao Brasil, tinham pegado inesperadamente na canção "Casaco Marron" do Trio Esperança e a brincadeira teve até direito a edição em single de vinil, uma tradição da editora que já nos deu o previlégio de ter os Flaming Lips a cantar o "Seven Nation Army"! Ora bem, a pequena rodela está também prometida desta vez, mas a versão a lembrar os repetentes Nouvelle Vague deixa muito a desejar. Mas não há nada como experimentar.

DUETO RÁPIDO

Dois nomes bem ao gosto aqui da casa juntaram-se para um dueto improvável. Os Black Keys e Michael Kiwanuka encontraram-se rapidamente no estúdio de Ray Davies dos Kinks e gravaram este "Lasan". Nós agradecemos e desafiamos, mais uma vez, os organizadores e tal a trazerem-nos, aos dois, até cá. Rapidamente!

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

UAUU #18

VASCULHANÇO CIRÚGICO


















Da rápida passagem pelo Flea Móbil no Silo-Auto de Sábado passado, resultou um único mas valioso tesouro. Entre muita roupa e acessórios, variada e apetitosa pastelaria caseira, livros eram poucos e vinis ainda menos. Mas havia que ter esperança e o milagre aconteceu. Bem escondidos, recolhidos num pequeno caixote, um conjunto de singles cheios de patine chamou-nos à atenção. Feita a vistoria, nem queríamos acreditar que escolhemos mais de uma dezena de 45 RPM com mais de cinquenta anos, quase todos editados entre 1955 e 1959. De Elvis Presley, a Little Richard e Nat King Cole, passando pelo Ricky Nelson, os Platters ou o Jackie Wilson, havia ainda dois Bill Haley's, entre eles o magnífico EP que se reproduz acima e o "See You Later, Alligator"! Mas a cereja ainda estava por pôr em cima do bolo: o single do grande Artur Ribeiro com o "Cha Cha Para Namorar" no lado A e o mítico "Fado Rock" no lado B. Já em casa e depois de limpos e experimentados, nem um único risco! Gastamos 11€... 
          


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

FLEA MÓBIL






















O conceito é simples: encher o carro, carrinha ou furgão de velharias, roupas, livros ou os muito apreciados vinis, estacionar e abrir a mala. O Flea Market é desta vez sobre quatro rodas, já amanhã, no Silo-Auto do Porto. Depois, mais para a tardinha, podem sempre ir ouvir o Norberto Lobo à borla na Fnac de St. Catarina... 

FANFARLO A BRILHAR

















Já em Setembro passado demos o alerta para o que parece ser um dos grandes discos de 2012: "Rooms Filled With Light", o segundo dos Fanfarlo. Desde aí, a banda tem subtilmente gerido a saída do álbum, jogando em vários tabuleiros promocionais, entre novos videos, edições limitadas, remixes apuradas, sessões de rádio ou concertos ao vivo, evidenciando muita maturidade profissional e, acima de tudo, muita qualidade do produto final: grandes canções com imagens à altura. Aqui ficam três bons exemplos. O disco estará cá fora na próxima segunda feira e pode desde já ser escutado via NPR.     





quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

ENTRANHANTE


















O original dos Roxy Music já é viciante, mas a remix de Todd Terje para "Love Is The Drug" é absolutamente genial. O feito mereceu até edição em vinil de 12" com um lado B também ele magistral: "Avalon", outro clássico, refeito às mão dos mestres Lindstrom and Prins Thomas. Pena a rodela ser tão cara...



quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

MEMORABILIA #10

























Desde sempre, temos por hábito guardar bilhetes de concertos. Não de qualquer concerto, mas unicamente daqueles em que, obviamente, estivemos presentes. Claro que ao fim de alguns anos o simples acto de os amontoar numa gaveta começou a pesar-nos na consciência e decidimos, então, alinhá-los cronologicamente ao jeito de poster de parede. Este que acima se reproduz é o primeiro de quatro conjuntos que "despachamos" para afixação por terras mindelenses em local sem luz natural directa, o que tem favorecido e de que maneira, apesar da humidade, a sua preservação. Ao pormenor, cada um destes pedacinhos de memória são um despertador de peripécias e recordações, umas mais vivas que outras, e uma prova inequívoca dos nossos gostos, paixões ou desilusões
Assim, entre Dezembro de 1986 e Novembro de 1990, período a que se refere este conjunto inicial, estivemos em quase quarenta concertos, uma boa média por alto de 12 espectáculos por ano. Proliferam os GNR (5 concertos), referente ao primeiro bilhete (Carlos Alberto, Dezembro de 1986) e há até um deles que diz respeito ao espectáculo da banda no pavilhão da escola secundária de Rio Tinto, a 100 metros de casa. É que nesses tempos eles eram, sem dúvida, apetecíveis. Depois há Rui Veloso e o concerto do Coliseu que deu direito até a disco ao vivo, os Trovante, os Heróis do Mar na primeira parte dos Blow Monkeys numa memorável noite de queima coimbrã, concerto gravado em cassete a partir dum Sony emprestado. Eram tempos de os Madredeus começarem a dar cartas e por aqui anda o pequeno bilhete da estreia mundial da banda, também no Carlos Alberto, na primeira parte dos Sétima Legião (20 Novembro de 1987) e que em três anos esgotavam o Coliseu do Porto (4 Maio 1990). Há também os Woodentops e os Lords Of New Church na mesma noite em sítios diferentes, os Pogues nas Antas e uma rábula à volta do brinco (anel?) perdido em palco pelo Shane MacGown, o Kid Creole e as suas Coconuts no Coliseu com direito a projecção do filme "La Bamba" (shhhh), uma ida e vinda de camioneta à última hora via Terra Nova só para não perder estreia dos Cure em Portugal (20 Junho 1989), o Bowie em Alvalade mas que era para ser no Restelo, o Peter Murphy no Rivoli com o palco a ceder e o artista a compensar os danos cantando para a rua lateral a partir da janela (é verdade), os Go Betweens e o bilhete assinado numa história mirabolante e inesquecível, os The The nas Antas e o primeiro dos Smiths (Johnny Marr) a pisar solo português, os Jesus & Mary Chain às escuras no Infante Sagres, os Sisters of Mercy no Coliseu à pinha e trajado de preto, o Loyd Cole em ascensão meteórica, os 10 000 Maniacs, Bolshoi ou Felt de que já não nos lembrávamos, o Dorutti Column na Indústria cheia de gente conhecida (Reininho, Pragal, etc.), o saudoso BB King coadjuvado pelo Veloso, os Vaya Con Dios no Infante Sagres e a imensa surpresa da primeira parte: Andy White, um irlandês que rodava muito pelo "Som da Frente" e que era um dos nossos heróis de então e com quem estivemos à conversa no bar quase o espectáculo todo dos belgas. Já chega. Ah, é verdade, vimos mesmo os Mission duas vezes em pouco mais de um ano...

TEMA NOVO DE RUFUS



Dedicado à filha Viva, por sinal neta de Leonard Cohen! 
(+ novidades).

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

UM DIFERENTE BON IVER

Gravado em Londres no passado mês Outubro nos AIR Studio's Lyndurst Hall, ao que parece uma antiga igreja e seminário, aqui temos Justin Vernon/Bon Iver na companhia do amigo Sean Carey, ambos ao piano. Uma vibrante faceta a descobrir em vinte e cinco minutos de magia onde brilham os temas "Hinnon, TX", "Wash", "Baby's", o lindíssimo "Beth/Rest" e uma versão de "I Can't Make You Love Me" de Bonnie Raitt. Diferente, mas sempre lindo.

QUINTAS DE LEITURA - 11 ANOS, Teatro do Campo Alegre, Porto, 16 de Fevereiro de 2012















Liberdade, surpresa, risco, prazer ou simplesmente cultura. Foram estas algumas das palavras que os habituais colaboradores das "Quintas de Leituraelegeram destacar quando questionados sobre a importância do evento. Nesse pequeno video/genérico de Marco Oliveira que deu o tiro de partida para uma noite de aniversário, estavam resumidas as linhas mestras do longo serão que se seguiu e que são, no fundo, a razão de tão merecido sucesso ao fim de mais de uma centena de edições em onze anos de vida. Não há que enganar, como espectadores queremos murros no estômago, canções de embalar ou de acordar, poemas desconhecidos, nonsense anárquico, textos de outro mundo, movimentos de dança inesperados, coreografias e cenários surpreendentes. Em doses diferenciadas, tivemos direito a tudo isto e muito mais. Brilhantes, espantosos mesmo, os excertos do espectáculo "Drácula" pela Vortice Dance Company, risota e acutilância nos textos eleitos por Isaque Ferreira e Daniel-Maia Pinto Rodrigues, curta mas saborosa presença ao piano de Freddy, At Freddy's House e sua voz a la Thomas Feiner e alguns desníveis na perfomance dita poética de O Copo, dueto ensaiado de Nuno Moura e Paulo Condessa. Sobre o Peixe Graúdo, uma remix de música e textos, ainda agora estamos a digerir tamanha, poderemos dizer, afronta. De Abba ("Dancing Queen") a Madonna (Material Girl"), passando por Sétima Legião ("Por Quem Não Esqueci"), o trio feminino mostrou-se afinadíssimo nas vozes e desconcertante nas palavras dos diversos autores portugueses com que intercalaram as canções, provando, como se fosse preciso, que a língua portuguesa é muito matreira para além de traiçoeira. No momento monty phyton da noite, irrompeu pela sala João Ricardo Pateiro, que nos habituamos a ouvir relatar futebol na TSF e que fez isso mesmo no seu jeito peculiar agarrado ao microfone, mas aqui, obviamente, exagerando expressões e adjectivos. Numa sequência quase zen, sentou-se ao piano Charles Sangnoir para duas canções sobre a morte e "amor mais forte que uma G3" e se as luzes da plateia estivessem acesas talvez fosse possível confirmar se haveria mais bocas abertas de espanto ou olhos fechados de sono... O génio de Camões declamado por Pedro Lamares logo a seguir foi, no reverso, bem vincado e despertador, provando a inconcebível pouca atenção com que a maioria de nós despreza tamanho talento da literatura universal. No fim, três temas acústicos dos Best Youth, embaladores, sonhadores, de um duo em ascenção, como o prova a versão ao piano do já hit "Hang Out". Um bem-haja para João Gesta, programador irrequieto de tamanho espectáculo a quem a cidade agradece a afincada persistência na preservação de um bem tão fundamental chamado cultura.          

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

THE KILLS: DEZ ANOS


















O passado dia dos Namorados, 14 de Fevereiro, marca os dez anos de existência do duo mais sexy do rock actual: os The Kills. Precisamente nesse dia de 2004 a banda estreou-se no 12 Bar de Londres, com capacidade para 150 pessoas, mas o sucesso dos seus quatro álbuns editados posteriormente permitiram, obviamente, aumentar e muito as audiências e também a fama. O que é certo é que, entre namoros e arrufos, Allison Mosshart e Jamie Hince, constroem excelentes canções que sabem ainda melhor ao vivo. Estivemos na estreia portuguesa em 2004, num atribulado espectáculo em Coura com muita chuva à mistura, na Zambujeira no ano seguinte na pequena e poeirenta tenda a rebentar pelas costuras por onde andaram também os LCD Soundystem e o Devendran Banhart e na primeira fila da sala pequena da Casa da Música em 2008, um concerto intenso, negro e de quase consagração. Não diremos que não a um próximo regresso por perto...
Para comemorar a data, está já disponível uma versão especial em 10" de vinil do ultimo single "The Last Goodbye" e cuja magnífica (metafórica?) capa se reproduz acima. Nele há, para além do original, três excelentes versões: "Pale Blue Eyes" dos Velvet Underground, "One Silver Dollar" popularizado por Marlyn Monroe e "Crazy" da britânica Patsy Cline. Aqui fica a nossa simples homenagem em dose tripla e, já agora, parabéns!  





quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

UAUU #17

NÃO DÁ PARA ACREDITAR!


























Ao cartaz já conhecido e suculento do Primavera Sound portuense, ficou-se hoje a saber que os Flaming Lips, Rufus Wainwright, Tennis, Rapture, War On Drugs, Black Lips, Lee Ranaldo, Atlas Sound e até os velhinhos Saint Etienne estão também, entre muitos outros, definitivamente confirmados para o Parque da Cidade. Por 65€, preço que pagamos logo nos primeiros dias da venda de bilhetes, é quase como acertar no Euromilhões! Só faltam mesmo os Black Keys, mas temos ainda uma réstia de esperança courense...

3 x 20 FEVEREIRO













20 canções:
. ARCTIC MONKEYS - That's Where You're Wrong
. WILCO - Dawned On Me
. THE STRANGE BOYS - Omnia Boa
. CASS MCCOMBS - Love Thine Enemy
. CAVEMAN - Decide
. MY MORNING JACKET - Circuital
. SOFTLIGHTES - In The Summertime
. NORTH HIGHLANDS - Here's
. TENNIS - Origins
. LOW - You See Everything
. MY BRIGHTEST DIAMOND - We Added It Up
. ANNA TERNHEIM - Come to Bed
. FIRST AID KIT - In the Hearts of Men
. AMY WINEHOUSE - Tears Dry (Original Version)
. LAMBCHOP - Gone Tomorrow
. LEONARD COHEN - The Darkness
. TOM WAITS - Tell Me
. DAMIEN JURADO - Maraqopa
. NICK CAMILO - Something I Ought to Know
. KEATON HENSON - You Don't Know How Lucky You Are  

20 versões:
. WE HAVE BAND - West End Girls (Pet Shop Boys)
. SAMEBLOD - Dance Dance Dance (Lykke Li)
. GUILLEMOTS - Black & Gold (Sam Sparro)
. FLEET FOXES SING - I Feel It All (Feist)
. LIA ICES - Wish You Were Here (Pink Floyd)
. NITE JEWEL - Visions (Stevie Wonder)
. ALEX TURNER - Strange (Patsy Cline)
. STELLA LE PAGE - The Look (Metronomy)
. ST. VINCENT - Never Tear Us Apart (INXS)
. KATY GOODMAN - What She Said (The Smiths)
. BILL CALLAHAN - So Long Marianne (Leonard Cohen)
. MADELEINE PEYROUX - Between The Bars (Elliott Smith)
. PORTUGAL. THE MAN - I'd Rather Go Blind (Etta James)
. DAVID BYRNE - I Wanna Dance With Somebody (Whitney Houston-live)
. LIGHTOUTS - Here It Comes (Stone Roses)
. BELLE & SEBASTIAN - Crash (The Primitives)
. THE FAR WEST - More Than This (Roxy Music)
. DUNCAN SHEIK - Kyoto Song (The Cure)
. BIRDY - The District Sleeps Alone Tonight (Postal Service)
. PHOENIX MARTINS - Ex Factor (Lauryn Hill)

20 Remixes:
. CHEMICAL BROTHERS - Swoon (Lindstromm & Prins Thomas Remix)
. RADIOHEAD - Bloom (Jamie xx Rework Part 3)
. GRIMES - Genesis (Ryan Hemsworth Remix)
. BONOBO - The Keeper (Banks Remix)
. GOTYE - Somebody I Use To Know (Jakob Liedholm Remix)
. KISSES - Midnight Lover (RussianAdults Acid Dub)
. KASPER BJORKE - Alcatraz (Kenton Slash Demon Remix)
. LANA DEL REY - Born to Die (Damon Albarn Remix)
. JAVIERA MENA - Luz de Piedra de Luna (Picnic Kibun remashed work)
. SCHOOL OF SEVEN BELLS - Lafaye (Scissor Sisters Remix)
. YUKSEK - Always On The Run (Tom Furse Remix)
. BECK & CHARLOTTE GAINSBOURG - Paradisco (Tempogeist Remix)
. GRINDERMAN - Evil ('Silver Alert' Remix Feat. Matt Berninger)
. THE DO - Too Insistent (Trentemøller Remix)
. BATTLES - Wall Street (Gui Boratto Remix)
. METRONOMY - Corinne (Benoit & Sergio Remix)
. TORO Y MOI - All Alone (D.A.R.E. Remix)
. JUSTICE - Canon (Erol Alkan's Extended Rework)
. THE STROKES - Call Me Back (Erol Sabadosh Remix)
. JUNIOR BOYS - A Truly Happy Ending (Keljet Remix)

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

FANTÁSTICO

É uma curta animada candidata a prémios nos Óscares que se aproximam com toda a justiça. Uma homenagem a todos que gostam de livros e da leitura e um desafio para os que não gostam aprendam, definitivamente, a gostar. A música é de John Hunter.


The Fantastic Flying Books of Mr. Morris Lessmore from Moonbot Studios on Vimeo.

VELHOS SÃO OS TRAPOS!















Os verdadeiros Beach Boys (os que restam, ou seja, Brian Wilson, Mike Love e Al Jardine) juntaram-se ontem na cerimónia dos Grammy's Awards e a coisa não correu nada mal. Depois da barraca que foi a promessa de Brian Wilson estar no abortado Festival Vilar de Mouros de 2007, ficamos agora à espera de um concerto a sério em Portugal...



RICHARD HAWLEY ROCK'S


















Depois do magnífico "Truelove's Gutter" de 2009 o que se pode dizer é que a fasquia de qualidade está muito alta. O novo álbum de Richard Hawley sai a 7 de Maio próximo, chama-se "Standing At The Sky's Edge", título inspirado numa zona de Sheffield, e marca a estreia do artista pela Parlaphone. Gravado no Yellow Arch Studio da mesma cidade ao longo de 2011 a agulha parece apontar para mais rock, riffs e solos mais crus, mas haverá momentos mais calmos e ternurentos como é habitual. Segue-se uma digressão europeia que tem já data anunciada para o Primavera Sound de Barcelona. Enquanto aguardamos pelas novas canções, aqui fica "You and I", colaboração rock de Hawley com os conterrâneos Arctic Monkeys (The Death Ramps), lado B de "Black Treacle", o mais recente single da banda de Alex Turner.    

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

DUETOS IMPROVÁVEIS #172

JOSE VANDERS & LUKE LEIGHFIELD
Blindsided (Bon Iver)
Bandcamp free download, 2011


EMILY WEST DO PARAÍSO

















Não dá para disfarçar. Chegamos até este disco por causa da capa: uma reflexão em espelho de uma menina platinada distraída entre lençóis com um disco de vinil... Nunca tinhamos ouvido falar de Emily West ou sequer escutado qualquer uma das suas canções. Agora que descobrimos os seus dotes, o recente EP "I Hate You, I Love You" a que pertence tão sugestiva imagem não tem parado de rodar no iPod. Não há por aqui uma veia indie ou uma obscura biografia, mas uma simples cantora da nova country americana, a lembrar em alguns momentos Regina Spektor ou Cindy Lauper, de que aliás realizou uma versão de solidadriedade. No referido disco há dois momentos pelos quais andamos, sem razão aparente, viciados: um é "All My Fault" outro é este "Dangers of Love". E pronto... deve ser da idade!

(RE)VISTO #42





















ELVIS PRESLEY
THAT'S THE WAY IT IS
de Denis Sanders, MGM, 1970
Canal TCM, Quarta-Feira, 8 de Fevereiro de 2012
Thomas (David Hammings) atira a bola de ténis invisível para dentro do court sob vigilância da troupe de miméticos, confirmando as horas enquanto se ouvem os sons da bola a ser jogada. A câmara afasta-se e "Blow Up" termina, numa das cenas míticas do cinema dito moderno. Um filme que não cansa ver, uma obra-prima de Antonioni que devoramos/recordamos no passado serão de quarta-feira via TCM, aquele canal cafona que supostamente ninguém vê mas por onde, obviamente, passeiam clássicos-maravilha. Ainda enterrados no sofá a digerir gostosamente a película e a suspirar por aquela Redgrave, levamos de seguida, no mesmo canal, com o genérico de "That's The Way It Is", onde um Elvis Presley frenético canta o "Mistery Train" (video abaixo). Claro que ficamos, outra vez, espectados. O documento não é inédito no TCM, onde já foi repetido vezes sem conta. Nunca lhe tinhamos, no entanto e injustamente, prestado a merecida atenção. Projecto e investimento da MGM, o filme retrata o regresso de Presley às actuações ao vivo em 1970, depois de longos anos de ausência, desde os ensaios prévios até à consagração em concerto no Hotel Internacional da cidade. Os primeiros minutos, precisamente os que se referem a todo o processo de treino, são encantadores. Um Presley brincalhão, mas rigoroso, apalhaçado, mas talentoso é o centro da atenção de uma banda recheada com o que de melhor ao nível de instrumentistas e cantores havia para oferecer. Gostamos mesmo muito duma versão de "Get Back" dos Beatles que por lá é tocada colada a outras tantas canções. Depois há o Elvis em palco, que não difere muito do Elvis backstage, ou seja, charmoso, quase displicente na forma como canta ou interrompe uma canção, mas onde a uma voz incomparável se juntam aqueles movimentos e gestos tão característicos, exagerados para uns, mortais para toda a plateia feminina em desmaio colectivo pelos beijos, autógrafos e lenços molhados com suor que o Rei fazia questão de distribuir. Um filme com algus truques, mas essencial para perceber um fenómeno ainda hoje extraterreste, e que culmina, antes de cair o pano, com uma versão memorável (ouçam bem aquele baixo!) e pré-Pulp Fiction de "Suspicious Mind".  



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

UAUU #16

ADIVINHEM LÁ QUEM É QUE DESAFINA?



Pormenores aqui.

INSISTÊNCIA #2

Qualquer oportunidade é boa para insistir, nem que seja a propósito de cada novo video que os Black Keys mandem para a rede: tragam-nos com urgência a Portugal!


The Black Keys "Gold On The Ceiling" from PEDESTRIAN.TV on Vimeo.

JONQUIL NO PONTO
















A cooperativa de artistas com sede em Oxford que dá pelo nome de Blessing Force não dá tréguas. Às compilações, exposições, sessões dj ou livros junta-se, obviamente, a edição de discos dos seus principais músicos. Entre eles e ao comando do barco está Chad Valley, baptizado e registado como Hugo Manuel, responsável pelo recomendável projecto Jonquil que, sem ligações directas ao nosso país, esteve em rodagem inspirativa pelas nossas bandas em Setembro 2008. Nessa data não tinham ainda qualquer álbum editado, mas depois de algumas reformulações e com tempo até para brincar às versões, preparam-se agora para pôr cá fora "Point of Go", o terceiro de originais! Para já, dão a conhecer este "It's My Part", um aperitivo solarengo a cheirar a Foals (ou Vampire Weekend? ou Fool's Gold?) com direito a video artístico, pois claro.   


Jonquil - It's My Part from Franklyn Banks on Vimeo.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

DE MESTRE!


















A mais recente edição da revista MOJO dedica particular atenção ao regresso brilhante de Leonard Cohen e teve até direito a entrevista exclusiva. O CD que acompanha a publicação reune um conjunto de versões de temas do mestre por artistas tão diversos como Cass McCombs, Michael Kiwanuka, Low ou Field Music, contribuições que podem ser escutadas aos pedacinhos por aqui. O destaque, contudo, vai para a cover que outro mestre, Bill Callahan, realizou para o clássico "So Long Marianne" e que soa assim...  

SHHHHHH... PUM!





















Esta é a capa do single de 7" em vinil que os The Shins publicam para a semana na Aural Apothecary, editora do próprio James Mercer, mentor da banda e único sobrevivente da formação antiga. O lado A terá "Simple Song", pequena canção de fazer crescer água na boca e no lado B repousará "September", um tema inédito que não será incluído no disco de regresso a publicar em Março e que foi baptizado de "Port of Morrow". Desde 2007, com "Wincing The Night Away", que os Shins não saíam da toca e este é um regresso que merece fogo-de-artifício. Shhhhhh... pum!




The Shins: “September” (b-side of “Simple Song” 7”) from Record Store Day on Vimeo.

UAUU #15

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

ROCKY RACOON #2





















É hoje posto à venda o novo álbum de Paul McCartney, o tal de nome "Kisses On The Bottom" e que é uma compilação de standards e dois novos temas. As principais colaborações são conhecidas, Stevie Wonder e Eric Clapton, parcerias repetidas em diversas ocasiões ao longo da sua longa carreira. Recordamos, a propósito, uma aparição de Sir Macca no encerramento do concerto do 10º aniversário do Princes Trust em 1986 na Wembley Arena de Londres, uma verdadeira parada de estrelas dessa década e onde para além de Clapton, estavam, entre muitos outros, Elton John, Mark Knopfler, Bryan Adams, Tina Turner, Sting e Phil Collins na bateria! Em dez minutos despacharam-se dois clássicos dos Beatles ("I Saw Her Standing There" e "Get Back") e uma cover de "Long Tall Sally" de Little Richard, ao que parece, a primeira canção que o jovem McCartney cantou em público. O evento, de que temos uma vaga memória ter passado na RTP2, teria edição dupla em vinil (onde está o tal "Get Back" com a ajuda de Tina Turner e Paul Young... arghhh) e como bónus, na edição inglesa, a inclusão deste 7" de edição limitada onde repousam os restantes dois pedaços. Está nas nossas mãos depois de recuperado entre centenas de singles oferecidos por mão amiga antes de irem para o lixo... 
O espectáculo foi devidamente editado em DVD, mas o que o Youtube oferece é uma reprodução de má qualidade, certamente uma transposição de VHS. Contudo, é irresistível um hips-shake à altura, tal como um com que uma Princesa Diana nada protocolar brindou todos os presentes.

SEM (100) BANDEIRADAS!











Coube a Bonnie Prince Billy a honra de ocupar o banco traseiro do taxi mais famoso da pop para a sessão número 100 das "Black Cab Sessions" e teve por isso direito a duas "viagens". Na primeira, acompanhado pela restante banda, o tema escolhido a dedo foi "Black Captain", original incluído no último "Wolfroy Goes to Town" e que o artista dedicou merecidamente a June Tabor. Na segunda, apresenta-se o divertido "My Nurse Smells Like Coconuts", canção infantil de alto calibre. Imperdível.


Bonnie Prince Billy - Black Captain from Black Cab Sessions on Vimeo.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

DUETOS IMPROVÁVEIS #170

EFTERKLANG & HEATHER WOODS BRODERICK feat. EFTERKIDS
Natural Tune (Efterklang)
Nova Iorque, 2010

CINQ GROUPES À SUIVRE















A sempre recomendável Inrocksputibles faz hoje um destaque não muito habitual a Portugal, elegendo 5 bandas a seguir com atenção. Descubram lá quais são as eleitas do país "des Grandes Decouvertes"!

iPOD vs VINIL












Uma palestra de Neil Young e temos revelações sobre um novo iPod, pirataria, vinil, rádio, Steve Jobs, etc. É rock & roll, é para ler obrigatoriamente e com comentários no sítio do costume.   

(RE)LIDO #41





















NICK DRAKE
THE COMPLETE GUIDE TO HIS MUSIC
de Peter Hogan. London: Omnibus Press, 2009
"Oh não, outra vez o Drake!". Desse lado, deve ser esta a reacção de muitos de vós à nossa insistência no tema, mas já não temos cura... No últimos anos, a edição quase contínua de livros sobre o autor de "Pink Moon" pode sugerir um surto revelador de novos factos, informações, fotografias ou outros documentos biográficos inéditos. Ora bem, nada disto aconteceu e por isso algumas destas novas abordagens são, em bom português, pura invenção. Desde obscuras especulações sobre a sua orientação sexual até, imagina-se, fantasias inanarráveis ao jeito de diários íntimos, tudo tem servido para, usando o seu nome, captar a atenção e ganhar uns trocos. Este pequeno livro, pelo contrário, nada tem a esconder. Publicado numa das principais casas de livros inglesas dedicada à música popular, o seu autor tem um objectivo claro: em pouco mais de 100 páginas resumir de A a Z todos os discos e canções oficiais lançadas pelo músico ainda em vida até posteriores colectâneas ou compilações. No entanto, a abordagem tem notórias lacunas, facto humildemente reconhecido ao longo da obra, o que não retira mérito ao esforço. Assim, quase ao jeito de livro de bolso, temos uma excelente recurso documental para iniciados à música de um génio ou um quase diccionário de consulta rápida para os mais familiarizados com as suas canções e acordes. Um dois em um bem feito, sincero, escorreito e, acima de tudo, respeitador da memória patrimonial de um talento que interessa preservar e continuar a divulgar.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

M. WARD, O BOM REGRESSO





















Não temos desculpa. O homem esteve por cá em Maio transacto e não lhe ligamos nenhuma. É certo que o preço exagerado dos bilhetes também não ajudava e ao que parece, claro, a sala pequena da Casa da Música esteve quase vazia. O que vale M. Ward não desanima facilmente e tem já disco novo na forja. Em Abril sai "A Wasteland Companion" que contou com colaborações diversas incluíndo Howe Gelb, a amiga Zooye Deschannel, o piano de John Parish e que até deu uma mãozinha na produção. Tendo em conta a beleza da canção de apresentação e do próprio video, é caso para pedir perdão pelo desprezo passado e rogar para que regresse depressa. E pode trazer a amiga...      

NAS ONDAS DE SOPHIA



















Cinemático, cristalino, relaxante, sensual ou exótico. São muitos os adjectivos prévios para o som incluído no álbum de originais de Sophia Knapp para a Drag City e cujas amostras para já disponíveis parecem confirmar os elogios. Knapp formou o duo Lights ao lado da baterista Linnea Vedder e depois o trio Cliffie Swan com a ajuda da baixista Alana Amram, mas tinha sido já em nome próprio que fez a primeira parte de algumas datas de Bill Callahan o ano passado e também em 2009, onde chegou até a partilhar o palco para um dueto em "The Wind And The Dove". Um primeiro e belíssimo single ("Nothing To Lose") foi lançado em 2011 enquanto se procediam aos arranjos de "Into The Waves", disco que tem estreia para o final de Fevereiro. Nele há pelos menos dois mano a mano com o Sr. Callahan, o que por si só é um excelente e prometedor cartão de visita.  

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

PORTICO QUARTET RENOVADOS





















E ao terceiro disco, eis que os Portico Quartet assinam pela Real World/Womad de Peter Gabriel e preparam-se para a merecida consagração. A banda reformulou-se, tem novos recrutas, mas perdeu Nick Mulvey, tocador de hang, instrumento de inusitado exotismo. A aposta acústica parece manter-se, mas a sonoridade alarga-se agora aos samples e electrónica, numa receita que está desde ontem disponível para compra. Os Portico Quartet tem concerto marcado para o CCB lisboeta no dia 20 deste mês. Quem estiver por perto não deve, de todo, perder esta oportunidade.

FAROL #99










A menina Eleanor Friedberger é uma mãos largas. Ao aderir à sua mailing list, recebemos uma prenda: o tema e single "My Mistakes" e quatro canções ao vivo e em exclusivo, onde se conta uma versão de "True Love (tends to forget)" um original de Bob Dylan. Mais, há agora um novo video para "Heaven", mais uma das grandes canções do ano que passou. Obrigado!