domingo, 4 de março de 2012

MEXEFEST, Porto, 3 de Março de 2012

O regresso ao Porto de Josh Rouse não podia ser mais feliz. Quase cidadão valenciano, a sua música está notoriamente mais latina e quente e, por isso mesmo, esta foi a forma perfeita de começar a noite. Alternando novos temas do álbum do ano passado com os amigos espanhóis Long Vacations com clássicos indispensáveis ("It's the Nighttime" ou "Quiet Town"), rapidamente o público se rendeu à sua boa disposição e boa onda. Tratando de satisfazer a expectativa dos mais inquietos e sentado na bateria, escolheu "1972" e "My Love Is Gone" para encantar e logo de seguida, já acompanhado, nos deixar de barriga cheia com "Love Vibration". Delicioso.






 
Bem tentamos entrar no lindíssimo salão de festas do Ateneu Comercial, mas só mesmo furando entre os mais atrasados conseguimos um ângulo imperfeito para o palco bem por trás do atarefado técnico de som. Lá ao fundo, Fink ia elogiando o nosso país onde, ao que parece, passou férias infantis regadas a Sumol de ananás. Ambiente acolhedor, lustres e luzes sublimes e canções na maioria do disco "Perfect Darkness" entre as quais as pérolas "Yesterday Was Hard On All Of Us", "Honesty" ou "Wheels" mas também antiguidades de alto calibre como "This Is The Thing". Pena termos chegado tarde, pena não chegarmos mais perto, mas mesmo assim valeu a pena. Saboroso. 



Curiosos e subindo a rua, apostamos nos The Do no Coliseu. Não conhecemos os discos, nem as canções mas os elogios prévios eram mais que muitos. Tal como na véspera, a sala estava sentada, longe de estar cheia e o som era outra vez imperfeito. Sentia-se, contudo, alguma frieza, alguma indefinição de distâncias, embora a finlandesa Olivia que dá voz ao grupo bem tenha puxado pela audiência ao ponto de ter saltado para o corredor entretanto ocupado. Mas, logo de seguida tudo se acabou... Inconsequente.


Rápido para a garagem fronteira a abarrotar ou não fosse rock puro e duro a receita de Hanni El Khatib. Uma guitarra e uma bateria chegam para as paredes estremecerem e o suor convidar a muita cerveja. O pouco tempo que lá estivemos valeu bem a pena. Imaginamos o que seria tamanha corrente eléctrica no palco cave do PlanoB. Intenso.


Quanto a Twin Shadow, estamos conversados. Comparando com a estreia vilacondense e em pouco menos de um ano, os fãs multiplicaram-se, o homem está mais solto (talvez do vinho assumidamente bebido ao jantar), a banda mais oleada mas as canções são ainda as mesmas, o que foi recebido de braços abertos por uma plateia fanática de balanço múltiplo. Novo álbum prometido para Julho e do qual se estreou uma orelhuda canção, num concerto com sabor a fim de festa entre balões e muitas palminhas. Ainda não foi desta que trocávamos o disco por qualquer um dos concertos. Fixe.





Para o ano esperemos que haja mais. Assim:

+ positivo: escolha dos espaços com hipóteses de aumentar (Salão do Coliseu, Batalha, Praça dos Poveiros), ambiente descontraído, ocupação da rua previamente condicionada, animação, acessos rápidos aos locais, chocolate quente e algodão doce à borla mas era melhor que fosse cerveja, diversidade de bandas, algum bom senso na sobreposição de horários;

- negativo: o som de sala do Coliseu, demasiados fotógrafos a toda hora sem controle na frente dos palcos ou em frenéticos encontrões sem respeito pelo público pagante e abusando das facilidades concedidas, os Foals não terem trazido os instrumentos e o Norberto só tocou 38 minutos...

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