sábado, 13 de julho de 2013

(RE)LIDO #47





















BICYCLE DIARIES
de David Byrne. London: Faber & Faber, 2009
Uma bicicleta, uma simples bicicleta, serve desde os anos 80 para que David Byrne se desloque no seu dia-a-dia pela cidade de Nova Iorque, hábito que mantém até hoje. Sempre que partia em digressão, negócios ou turismo, Byrne sentia falta da companheira e, por isso, a solução foi comprar uma dobrável que coubesse numa mala, para mal dos empregados dos vários hotéis por esse mudo fora surpreendidos com o peso a carregar até ao quarto. Desta forma estava o músico e artista habilitado a partir à descoberta das cidades por onde ia passando, de Instambul a Sidney, de Manila a Buenos Aires, passando obrigatoriamente por Londres e a própria Grande Maça. As incursões em duas rodas pelas urbes são contadas neste livro como histórias informais e ao jeito de entretenimento sobre assuntos diversos, a maioria obviamente relativos à circulação em bicicleta nesses locais, os seus constrangimentos e condicionalismos a que se vão acrescentando considerações admiráveis e aleatórias sobre design, moda, arquitectura, ambiente, tradições, racismo ou regimes políticos. Não há um roteiro prévio a abordar em cada um deles, o que transforma o livro numa constante surpresa e montanha-russa. A música está presente de forma ténue em muitas destas andanças, mas Byrne acaba por não lhe dar muita importância (há já um livro mais recente da sua autoria onde ela ganha toda a primazia), acabando por ser a sua perspicácia abrangente e terra-a-terra que nos agarra, desde logo, ao relato. Uma visão pessoal, a dar aos pedais, do que é ou podia ser um mundo mais perfeito e salutar e que pode ser ouvido na primeira pessoa através do áudio-livro disponibilizado no seu site e, aqui sim, com direito a banda sonora. Na próxima visita ao Porto prevista para o início de Setembro na companhia da menina Ann Clarck/St. Vincent, há muitos passeios encantadores que o artista e a menina deviam quase obrigatoriamente conhecer e, por isso, aqui fica o desafio e a nossa disponibilidade para os guiar pela Invicta, cidade cada vez mais enxameada de ciclistas. E agora, duas voltinhas por Nova Iorque… e longa vida para a bina, sem tombos!




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