quinta-feira, 31 de outubro de 2013

UAUU #151

DAVID BOWIE EXTRA















A grande remix de James Murphy para "Love is Lost" (brilhante aquele sample de "Ashes to Ashes") de David Bowie mereceu agora um surpreendente video saído da imaginação do artista e com uma história adequada ao Haloween que se aproxima. Diz-se que os bonecos que por aqui aparecem pertencem à colecção do próprio e a produção e finalização foi feita numa semana a preços irrisórios. Os videos até agora realizados, remixes e cinco novos temas estarão disponíveis a partir de 5 de Novembro na edição de "The Next Day Extra".       

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

BILL CALLAHAN, NOVO VIDEO

Mesmo com a ajuda de Hanly Banks, o amigo que realizou o documentário da digressão de "Apocalypse", o video para "Small Plane" nunca conseguirá ser tão mágico como a própria canção, uma daquelas pérolas que não precisa de imagens. Mesmo assim, ele aqui fica à vossa atenção.   

UAUU #150

terça-feira, 29 de outubro de 2013

MEMÓRIAS #6

Em 1995 os Radiohead, ainda em fase limbo, editavam "The Bends" na ressaca do mortífero "Creep" e o efeito fazia-se sentir um pouco por todo o lado. O disco dos Whipping Boy tresandava aos de Oxford mas, caramba, na altura ficamos agarrados à maioria das suas canções ouvidas pela primeira no "Grande Delta" do mestre António Sérgio na XFM. Foi com particular agrado que lhes pusemos as vistas em cima num final de noite da RTP2 onde habitualmente se enchia a programação com a retransmissão dos programas de Jools Holland da BBC e onde tocaram dois temas, entre eles "We Don't Need Nobody Else" com a sua enigmática frase "They built portholes for Bono, so he could gaze/out across the bay and sing about mountains. Maybe." Dos Whipping Boy não rezam histórias de muito mais sucesso mas "Heartworm", o álbum saído pela Columbia de então, é ainda hoje um grande disco!  



OS LIPS E OS IMPALA JUNTOS















Os The Flaming Lips começam hoje uma digressão com os Tame Impala pelos Estados Unidos que dura até ao início do ano e, vai daí, dá nisto... Nos concertos estará à venda um Ep de vinil com esta cover de "Elephant" e de "Runway, Houses, City, Cloud", enquanto os australianos retribuem com "Are You a Hypnotist?" e "Silver Trembling Hands". Fica-lhes bem!
  

ROCKY RACOON #8


















A clássica pergunta "qual o teu Beatle preferido?" terá, supostamente, respostas percentuais desequilibradas. A dupla Lennon/McCartney despertou sempre simpatia generalizada e a sua popularidade durante e depois da separação da banda alcançou níveis de destaque paralelo que a morte de Lennon veio, às tantas, separar. Na eventual resposta a uma outra pergunta para nomear os quatro "Fab Four" apostamos que George Harrison apareceria quase sempre citado em último lugar, muito por culpa de uma personalidade diferenciada, recatada e a que a fama parece não ter afectado em demasia. Sem ambiguidades, o tal "Beatle Tranquilo" cedo foi dos primeiros a marcar posição clara sobre a extinção do grupo, seguindo calmamente o seu caminho a solo mas deixando para trás contribuições inesquecíveis como "Here Comes The Sun", Something" ou o magnífico "While My Guitar Gently Weeps", esse pedaço de história que ainda hoje causa arrepios. Em 1975, pela leitura deste artigo, Harrison não se vitimizava como outros pelas más críticas aos seus discos, fazendo da liberdade de acção e de composição uma questão de princípio, afirmando alto e bom som que "gostaria de ser o que sou agora e que não me considerassem um ex". Talento, esse nunca faltou e basta ouvir este quase desconhecido da época "This Guitar (Can't Keep From Crying)" para o provar.         

domingo, 27 de outubro de 2013

CHURCH OF NOBODY: EPISÓDIO #2




















Segundo episódio da "Church of Nobody", religião em oito salmos de Willis Earl Beal "Nobody" que já ganhou alguns fiéis. É o caso do puto King Krule! 

LOU REED (1942-2013)














Vagueou pela Invicta numa célebre noite de São João em 1981, inaugurou a Casa da Música em 2005, deslumbrou na Expo98 e esgotou Coliseus. Lou Reed gostava certamente do nosso cantinho e nós gostávamos dele desde que um dia ouvimos o "Walk On The Wild Side" mesmo antes dos Velvet Underground. Carlos Tê escreveu uma notável história chamada "Um Manjerico Para Lou Reed" a propósito da tal noite são joanina e, se puderem, não deixem de um dia destes de a saborear. Lou Reed faleceu hoje com 71 anos. Não há dias perfeitos, afinal. Peace!


WILLIS EARL BEAL: EPISÓDIO #1

Isto é simplesmente magnífico!

sábado, 26 de outubro de 2013

UAUU #148

NICK DRAKE NUMA CAIXA DE BOLOS!




















O que parecia a tampa de uma caixa antiga com a inscrição que acima se vê e com o nome de "Tuckbox" surgiu em destaque quando fizemos uma pesquisa por Nick Drake no site do costume. Com data de lançamento marcada para 9 de Dezembro a estranha embalagem motivou um rápido esclarecimento - trata-se de uma reprodução da caixa de madeira onde o sortudo estudante Nicholas Rodney Drake guardava os vários bolos enviados semanalmente da mansão de Far Leys pela sua mãe Molly para o colégio de Malborough em finais dos anos sessenta! Lá dentro, agora as doçuras vão ser outras: cinco discos em CD, os três de originais mais duas das colectâneas entretanto publicadas, a que se juntam posters promocionais da época mais alguns booklets recheados. Para todos, como nós, que já têm os discos haverá hipótese de aquisição simplesmente deste material impresso mas, mesmo assim, tudo isto respira um oportunismo a que não estávamos habituados por parte de quem gere o legado do malogrado génio, um filão comercial que nem a proximidade do Natal, no nosso entender, pode justificar. Qual será a próxima, a mala dos livros com a reprodução das líricas manuscritas? Ups, é melhor não dar ideias...      

MEMÓRIAS #5

Não fomos com toda a certeza os únicos a registar para a posteridade os programas do Herman José. São horas e horas de fita com episódios seguidos de entrevistas e pantominas para todos os gostos de um artista que, infelizmente, se emaranhou em si mesmo, perdendo acutilância ao ponto de hoje quase ter caído no esquecimento. Entre muitos sketchs, que agora tem edição encaixotada em DVD cheios de extras, seleccionamos dois curtos momentos sobre música e, de propósito, o universo pimba e sua perversa amplitude. Deixa estar! 



quinta-feira, 24 de outubro de 2013

UAUU #147

CLOTHES OF SAND!



Como explicam os nossos amigos da Bryter Music - The Estate of Nick Drake, não era prática no final dos anos sessenta as editoras promoverem os seus artistas em t-shirts. Dez anos depois, contudo, era já muito comum que nos meandros do negócio da música inúmeros bandas e músicos circulassem impressos ao peito de fãs sequiosos e orgulhosos na ostentação dos seus ídolos. Isto tudo para dizer que nunca existiram quaisquer camisolas oficiais de Nick Drake o que levou nos últimos anos a alguma anarquia no negócio do chamado merchandise com uma oferta quase sempre de mau gosto e a preços muitas vezes proibitivos. Mas há agora uma colecção de t-shirts oficiais que o tal Estate desenvolveu, imaginando os motivos e cores que a Island Records eventualmente teria seleccionado na altura para promover os três álbuns registados por Drake. Em parceria com a Sandbag e em tecido ecológico, pró menino e prá menina, é só escolher a mais bonita e cantar bem baixinho "Clothes of sand have covered your face"... Pena que os preços não sejam os da época!        
         

MILOSH EM CÂMERA LENTA





















O viciante disco de estreia dos Rhye, mesmo que o verão já tenha acabado, parece que vai ter um seguidor à altura e, quem sabe, apropriadamente outonal. A voz que se ouve e esconde e que por isso se questionou se era de um homem ou de uma mulher, pertence a Mike Milosh, músico polivalente com formação clássica no violoncelo mas que aprendeu, entre outros instrumentos, a bateria. Compositor experiente e com passagem por variados projectos que vão do rock ao jazz, Milosh tem discos editados em nome próprio desde 2004 e agora que o merecido sucesso parece ter-lhe batido à porta com o projecto Rhye aproveita para se relançar em nome próprio com o álbum "Jet Lag". Inteiramente dedicado à actriz e esposa Alexa Nikolas que tinha já inspirado "Woman", tema título que encerra o disco de estreia dos Rhye, é ela a protagonista do video de "Slow Down", um prometedor primeiro single de avanço de toada lenta. Saboroso.  


quarta-feira, 23 de outubro de 2013

UAUU #146

UAUU #145

SAY LOU LOU, OUTRO SINGLE!



















As manas Say Lou Lou estudaram bem a lição! De quando em vez lá surge uma nova canção, uma versão, um vistoso video, tudo programado para resultar sem pressas nem pressões e mantendo altas as expectativas. É o que acontece com "Better In The Dark" mais uma aposta a lançar no final de Novembro e que, certamente, terá imagens em movimento muito em breve. É melhor ouvir... no escuro!

MEMÓRIAS #4

Uma das grandes surpresas do ano 2000 foi a edição do disco "Punishing Kiss" de Ute Lemper, um trabalho de estúdio resultante de diversas colaborações mas onde Neil Hannon/The Divine Comedy assumiu um papel principal. Entre canções de Nick Cave, Elvis Costello, Tom Waits, Philip Glass e até Scott Walker, Hannon ajudou em muitos dos arranjos orquestrais e vocais do disco, assumindo duetos com a diva alemã e escrevendo alguns originais como "The Case Continues". Não temos notícia que na época Lemper tenha agendado qualquer concerto para o nosso país, sendo a sua vinda exclusiva ao programa "Herman Sic" um acaso feliz e por onde passeou a sua classe com uma notável presença em palco mesmo com um Herman José a roçar o irritável. De Dietrich a Kurt Weil, passando pelo "All That Jazz", estes foram quinze minutos de excelente televisão culminados com o tal "The Case Continues" de fino recorte e boa memória... 
("why did the blood-stained sheets that burned quite so cold
my only crime was passion wild and uncontolled
if sex were an Olympic sport we'de won the gold)!     

DAUGHTER DE SECRETÁRIA

terça-feira, 22 de outubro de 2013

WOODEN SHJIPS, PRÓXIMA VIAGEM





















O nosso boletim de vacinas sonoro há muito que recebeu o carimbo contra discussões fúteis sobre o "isto soa aquilo" ou "parece aquele outro" da música popular. Desde uma memorável noite no quarto escuro dos Maus Hábitos que não mais largamos os Wooden Shjips de vista, uma trip sem tempo nem idade onde se misturaram veias dos Suicide ou do pai Young com os Crazy Horse e que nos causou dependência abençoada. Os discos da banda tem ajudado a prolongar a viagem e se lhes juntarmos outros tantos dos Moon Duo saídos da inspiração do mesmo senhor Ripley Johnson, será fácil perceber que há por aqui um gostoso e interminável caminho sem retorno. Aproxima-se a passos largos uma nova etapa - "Back To Land" sai pela Thrill Jockey a 11 de Novembro e em baixo estão já duas das novas jornadas pelo universo infinito... do rock!   



segunda-feira, 21 de outubro de 2013

THE WEDDING PRESENT A AZUL E BRANCO

Os The Wedding Present tem no novo "Two Bridges" uma grande canção à moda antiga e se insistimos no facto é porque descobrimos um curioso one photo video oficial com um cenário familiar. A banda esteve no Porto em Abril passado, cidade também antiga cheia de pontes e talvez o único local no mundo onde tal fotografia podia ter sido obtida. Está lançado o desafio: onde na Invicta se situa o edifício com azulejos tão comuns mas sempre bonitos? Aqui fica uma pista...   


UAUU #144


domingo, 20 de outubro de 2013

O SCOTT MATTHEWS QUE INTERESSA
















Que nos desculpem os fãs, ao que parece acérrimos, do australiano Scott Matthew que vão em breve esgotar a Casa da Música para ouvir uma série de versões descartáveis, mas um simples "s" faz toda a diferença. É que o inglês Scott Matthews é um quase homónimo injustiçado de um nível superior e, como muitas vezes acontece, perfeitamente desconhecido. Aqui pela casa, já há muito que o talento lhe foi reconhecido e no qual temos, cada vez mais, esperanças redobradas. Prometido está para breve um disco novo, havendo já um primeiro "raio de luz" de nome "Virginia" gravado numa loja de guitarras (onde também tocou sozinho o maravilhoso "Elsewhere") na companhia do violoncelista com quem registou, na madorra do lar, as novas canções. Redentora é também a sua passagem no verão passado por um série de concertos secretos com fins solidários, prática anual do Bushstock Music Festival de Londres, com o misterioso tema "The City And The Lie", talvez um outro "raio" iluminado ainda inédito mas de uma beleza incrível. 




SAVAGES É AO VIVO!


















Quem esteve no concerto das Savages no último Primavera Sound portuense sabe bem o que pode esperar destas quatro canções registadas na digressão inglesa de Julho passado. Para os que as vão ver pela primeira vez no próximo MexeFest lisboeta nada melhor que abrir ainda mais os ouvidos com este imperdível 10 polegadas em vinil. Potente!   

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

MEMÓRIAS #3

Tínhamos nos The Cult um caso sério de devoção. Quando decidiram antecipar a primeira parte dos Metallica em Alvalade com um concerto na Gartejo lisboeta para trezentas almas, não descansamos enquanto não conseguimos os bilhetes mágicos. Corria o mês de Junho de 1993 e em andanças de formação superior pela capital, lá fomos para o fim da imensa fila na tentativa de lhes poder chegar, o que viria a acontecer "à má fila" encomendando as entradas a um "porreiraço" da frente a troco de umas cervejas! O espectáculo valeu todo o "esforço", uma torrente de calor em cima e fora do palco, com um Astbury endiabrado e uma banda acesa ao ponto do baterista ter partido a cabeça por uma queda nas escadas, dizem uns, ou porque levou com um microfone atirado pelo próprio Astbury, dizem outros. Voltariam no ano seguinte para espectáculos em nome próprio no Coliseu do Porto, onde comparecemos, e em Cascais. São dessa ocasião estas imagens e a respectiva entrevista, mas fomos ganhando uma distância cada vez maior à banda e ao seu principal personagem. Então quando Astbury supostamente substitui Jim Morrison numa daquelas digressões recentes dos The Doors versão século XXI fechamos definitivamente a porta. Mas ele anda por aí...

MISSENT TO BERMUDA!

















Uma simples encomenda de um disco na Amazon inglesa, que após vários protestos e trocas de mensagens chegou finalmente hoje à nossa morada, trazia impresso este estranho carimbo "Missent To Bermuda" em maiúsculas e a vermelho! Ora, as Bermudas, ilhas britânicas ultramarinas pertinho da costa oeste dos EUA, são bem longe e o equívoco dos correios ingleses afigura-se completamente despropositado atendendo a que morada está perfeitamente correcta. Se efectivamente o envelope foi e veio de tal paraíso fiscal e não só, ainda bem que não era um vinil. Fomos investigar. Pela rede são inúmeros os casos idênticos mas todos sem uma explicação clara e verossímil. Parece mesmo um carimbo criado para disfarçar esquecimentos e incompetências e há, obviamente, quem brinque com a situação ou coleccione outros estranhos carimbos como um idêntico saído numa carta da Suiça para a Eslováquia. Mas que "Missent To Bermuda" daria um bom título de um episódio dos "Ficheiros Secretos", um grande nome para uma banda ou até de uma simples canção, disso não temos a mais pequena dúvida! Preferíamos, no entanto, um "Missent to Bermiúda"...

UAUU #143

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

ALELA DIANE E OS TONS DE AZUL














As primeiras audições de "About Farewell", quarto disco da menina Alela Diane, revelaram tanta tranquilidade e leveza das canções que é difícil escolher a melhor. Mas "Colorado Blue", que marca o arranque sublime do disco, tem aquela marca distintiva que o eleva a pérola intemporal e que, nestes dias que vão encurtando e arrefecendo, faz mossa... Ainda por cima nas apresentações ao vivo a artista tem agora a companhia mágica de Heather Woods Broderick (foto) como o prova esta versão gravada numa antiga igreja americana e que nos deixa, para além de rendidos, com ganas de nos enroscarmos numa qualquer cadeira de um teatro só para as ouvir. É que já passaram alguns anos desde a última visita!     



DAMIEN JURADO, NOVO ÁLBUM





















Ao volante com Damien Jurado para sabermos mais sobre "Brothers And Sisters of The Eternal Son", novo disco gravado com Richard Swift, parceiro e cúmplice que oferece o estúdio, boa-disposição e todo o seu talento. Uma sequela do anterior "Maraqopa" que promete ser arrebatadora e que "conta" a história sonhada de um homem que desaparece... O rapaz Josh Tilmann/Father John Misty já ouviu o álbum e confessa, desde já, toda a sua veneração ao ponto de assinalar "Yeah, as if Jesus got born again. That's what this album sounds like"! 

UAUU #142

MEMÓRIAS #2

A XFM foi a nossa rádio desde que começou em 1993 até que se calou em 1997. Curiosamente o site ainda existe e nele podem ler-se as razões oficiais relativas à sua extinção, uma situação repentina e inesperada que motivou inúmeras reacções e protestos em Julho de 1997. No ano anterior, no "Falatório" da RTP2 o director e principal impulsionador do projecto, Luís Montês, tinha prometido que a rádio nunca fecharia e teria longa vida porque "os ouvintes nunca deixariam" que isso acontecesse... Viu-se! Neste curioso programa, fala-se das tais imensas minorias, das tendências da música, dos problemas relativos à sua distribuição física ou do caos do panorama radiofónico e onde participa, para além de três representantes da rádio, o músico Nuno Rebelo, ex-Mler Ife Dada, autor vencedor da música oficial da Expo'98. Passaram 16 anos e mesmo com as alterações profundas verificadas no acesso e partilha da música que a Internet promoveu, certo é que o espectro radiofónico português sofre ainda dos mesmos males e, com a excepção de Lisboa (Radar e Oxigénio), as "imensas minorias" continuam órfãs, a nível nacional, de rádios que façam sentido...  

terça-feira, 15 de outubro de 2013

FAMILIARIDADES DE JOSH ROUSE





















Olhando ao pequeno trail do filme recentemente estreado no país vizinho, não temos grande vontade em conhecer "La Gran Familia Espanola", ainda por cima com um guião que gira à volta da vitória da Espanha no Mundial da África do Sul. Agora, quanto à música que o cada vez mais castelhano Josh Rouse compôs de propósito para enquadrar a tal comédia/drama, esperemos sinceramente que nos faça esquecer o nosso azar nos penalties... pelo menos!   



domingo, 13 de outubro de 2013

MARK KOZELEK SEM RODEIOS















Esteve estes dias pelo centro-norte do país e, em três hipóteses, não conseguimos deitar-lhe o ouvido como merecia! Mark Kozekek, o senhor Red House Painters, farta-se de gravar discos e o terceiro deste ano com os Desertshore (amigos dos Sun Kill Moon e RHP) tem grandes canções que gostávamos mesmo de experimentar ao vivo, a maioria de uma lírica autobiográfica cristalina e bastante sarcástica. É o caso de "Tavoris Cloud" sobre a morte do seu gato e do amigo Tim Moon, fundador dos American Music Club falecido o ano passado ou as alfinetadas em Nels Cline, guitarrista dos Wilco, noutro magnífico tema de nome "Livingstone Bramble". Delícias da pré-menopausa masculina!        





3X20 OUTUBRO












sexta-feira, 11 de outubro de 2013

UAUU #141

THE WEDDING PRESENT, NOVA CANÇÃO





















Para fazer coincidir com a digressão inglesa que se inicia no final do mês, os The Wedding Present irão lançar um single 7" de vinil com um novo tema chamado "Two Bridges" e que no lado B apresentará uma versão de "Whole Wide World" escrito em 1977 pelo punk-rocker Wreckless Eric. A rodela estará somente à venda nos concertos britânicos comemorativos dos trinta anos do disco "Hit Parade" (1992). Quanto à nova canção, que já anda a ser rodada ao vivo, tem um video com imagens do último festival "At The Edge Of The Sea" que se realiza há quinze anos em Brighton sempre com curadoria do próprio David Gedge.   


quinta-feira, 10 de outubro de 2013

O JUBILEU DOS THE DEEP DARK WOODS





















Se apanharem "Miles and Miles" numa qualquer rádio ou numa ocasional playlist vão certamente pensar que se trata de uma canção saída de um disco de Neil Young com os Crazy Horse e com uma patine de pelo menos quarenta anos. Certo é que o tema foi gravado este ano no friorento Canadá pelos The Deep Dark Woods com a ajuda do mago Jonathan Wilson na produção e faz parte do álbum agora lançado de nome "Jubilee", uma crescente série de temas de raizes tão americanas que acabam por não ter idade nem dono. Para descobrir obrigatoriamente.    

SETE ANOS MAGNÍFICOS!

Está em nomes de filmes eternos como "O Sétimo Selo" ou "Os Sete Magníficos", eram "Os Sete" da Enyd Blyton que devoramos na meninice, é o número que está, desde sempre, nas costas da nossa camisola do voleibol ou ainda aquela pedra incontornável dos Clash que se chama "The Magnificent Seven". É também hoje o número de anos que este blog cumpre ao fim de 2840 toques na campainha... 
What have we got? Yeh, magnificence! 

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

MEMÓRIAS #1

O que fazer das cassetes em VHS, gravadas principalmente nos anos 90, a apanhar pó na arrecadação ou na garagem? Muitos de vós já se questionaram sobre o destino a dar a essas centenas de registos analógicos de filmes, séries e tudo o que pudesse "encher" os 240 minutos de fita. No nosso caso, resistimos algumas vezes a que fossem parar ao lixo na esperança de talvez um dia as tornar a ver e vasculhar, não os filmes ou séries que o esplendor do DVD veio muitas vezes preencher, mas sim os "enchimentos" com o universo da música que tínhamos a mania de fazer: clips, programas ao vivo, reportagens de concertos, entrevistas e outras selecções aleatórias que os 4 canais de televisão da época permitiam escolher. 

Alertado por um amigo, adquirimos a semana passada numa grande superfície um conversor barato de video VHS para imagens digitais e, após algumas dificuldades técnicas não completamente ultrapassadas, começamos a tarefa de visionar, seleccionar e capturar pedacinhos de história que julgamos interessantes e pertinentes juntar a essa televisão imparável e com "cobertura de sinal" planetário que se chama Youtube, mesmo que a qualidade de alguns dos registos e do próprio antigo video-gravador não permitam grandes resultados. 


Assim, aqui fica o primeiro ficheiro do novo Canal Eléctrico II com link aqui ao lado e onde iremos colocando toda esta tralha analógica da qual não temos obviamente direitos de autor, estando por isso sujeitos a que nos seja dada ordem de encerramento compulsivo sem hipótese de recurso. Esperemos que gostem das memórias... enquanto durarem! 


O projecto Jazzmatazz (e não Jazzbatazz como foi mal traduzido) de Guru e onde colaborava o grande Donald Byrd no programa de Jools Holland em 1995 serve, assim, de tiro de partida e serve ainda de homenagem a dois músicos entretanto falecidos. Não por acaso, o tema tem por título "Feel the Music"...  




ALOE BLACC: TOCOU O DESPERTADOR!





















Após três anos de silêncio eis que Aloe Blacc dá sinal de vida com a edição via iTunes de um EP intitulado "Wake Me Up". O tema título surge por lá em versão acústica, como se comprova pelo video abaixo, mas a canção é já um assinalável êxito de Avicii (quem?) na qual o próprio Blacc acabou por dar voz... Confirmando a sua versatilidade, bem melhor é "Love Is the Answer" que recebeu a produção de Pharrell e onde Blacc parece prestar homenagem ao grande Stevie Wonder!   



terça-feira, 8 de outubro de 2013

QUEM PUDER, É IR!


YOUTH LAGOON: JUVENTUDE HIPNÓTICA
















O segundo álbum dos Youth Lagoon já anda a marinar no iPod há meses mas uma insistência auditiva da última semana leva-nos a confirmar que o miúdo Trevor Powers de tanto ouvir os Flaming Lips e outras boas cepas consegue com "Wondrous Bughouse" um disco notável, uma fantasia sonora admirável que têm neste "Dropla" uma das grandes canções do ano. Pena que a digressão de Novembro não chegue até cá, mas haverá sempre a hipótese de uma saltinho a Compostela...  


UAUU #140

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

NORBERTO LOBO, Festa do Outono, Serralves, 6 de Outubro de 2013































Podem os tempos ser cruéis, pode o governo ser uma inquietante farsa, podemos até ser um país para sempre adiado, mas enquanto houver sol de outono como o de ontem, um prado frondoso e único, crianças a saltar e a correr, piqueniques na relva, gente de sorriso aberto e gargalhada expontânea e o Norberto Lobo em cima dum imenso estrado onde parece tocar só para ele mas que todos nós amamos e sentimos, a vida parece perfeita e só é pena não a podermos fazermos parar por umas horas em momentos de tão grande felicidade e liberdade. Ah, e o Porto é mesmo uma cidade do caraças!             





UNKNOWN MORTAL ORCHESTRA NO CLUBBING

















Foi pena termos perdido um dos flyers distribuídos no passado sábado na Casa da Música que anunciava um próximo clubbing com os Unknown Mortal Orchestra! A data, salvo o erro, era 9 de Novembro, sábado, precisamente um dos dias ainda sem concerto agendado no site da banda e por isso disponível. Estranho a Casa da Música não fazer nenhuma referência online a um evento que a própria promoveu publicamente. Mais estranho ainda o facto dos Unknown Mortal Orchestra terem adiado os concertos agendados para Lisboa e Porto no final do mesmo mês e aparecerem agora, para nossa felicidade, em data única antecipada na Invicta... Estranha maravilha!    

ACTUALIZAÇÃO
Afinal, enganamo-nos... O concerto é só no dia 30 de Novembro na companhia dos Archie Bronson Outfit. Valeu!

domingo, 6 de outubro de 2013

AU REVOIR SIMONE + ELEANOR FRIEDBERGER, Casa da Música, 5 de Outubro de 2013
















Longe vão os tempos em que as Au Revoir Simone se acantonavam no fundo do palco e raramente saíam do sítio ao logo da noite. Foi assim no Theatro Circo em 2007 aquando da estreia pelo norte do país, dias em que as preferidas de Lynch davam os primeiros passos mais a sério no mundo da pop. Mas desde aí a relação de amizade com o país tem obrigatoriamente crescido e a passagem repetida por festivais ou pequenos auditórios é quase obrigatória de tempos a tempos, inclusive a sala pequena da casa da Música em 2009. O regresso ao Porto é desta vez para um recinto principal cheio e pronto para a festa, logo agora que as canções estão mais balançadas e a convidar à dança que, apesar de pedida, não se instalou massivamente. As meninas continuam lindas, mesmo escondidas por um jogo de luz exagerado, mais soltas e a arriscar até uma versão de "Fade Into You" dos agora "in" Mazzy Star com direito a um baixo a la The Cure. Prometeram voltar em Fevereiro do próximo ano e seja onde for que a noite se realize não será difícil prever que, tal como ontem, uma ondulante sedução acabe por se instalar.   









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Confessada uma curiosa amizade com o trio de Brooklyn com quem partilhou o cartaz deste clubbing, Eleanor Freideberger teve ontem um palco e condições privilegiadas para o triunfo. Os tempos conturbados dos Fiery Furnaces parecem completamente ultrapassados e os dois álbuns a solo entretanto editados tiveram uma noite de notável refrescamento, muito por culpa da banda de suporte onde se destacavam alguns dos músicos dos magníficos Field Music, nomeadamente a guitarra de Davis Brewis que encheu as medidas todas da sala. O acento acabou por recair logicamente no último "Personal Record" de onde saíram uns perfeitos "When I Knew", "Echo or Encore", "Other Boys" ou "I Am The Past", único e inesquecível momento a solo. Podiam ter sido outros que o resultado seria, mesmo assim, assinalável, já que bom material parece não faltar ao currículo da mana Friedberger, um caso sério da actual música pop. Basta dar-lhe uma banda competente para que a timidez se esfume e o talento se revele na plenitude. Grande concerto!     









+ videos no Canal Eléctrico.

sábado, 5 de outubro de 2013

(RE)LIDO #56





















A DESUMANIZAÇÃO
de Valter Hugo Mãe. Porto: Porto Editora, 2013
Depois de lermos no "JL" e no "Ípsilon" sobre a "deusa Bjork" os Sigur Rós e outros que tal, de vermos as magníficas fotografias islandesas comentadas na "Ler" a fazerem lembrar o deslumbrante filme "Heima", já para não falar na sisma com "bocas e rabos" confirmada na "Visão", descemos pela noitinha à livraria mais próxima, tiramos um exemplar dum género de expositor exclusivo (eia!) do livro, regressamos a casa depressinha e, com banda sonora nos ouvidos que julgávamos apropriada (os últimos do Múm e dos, claro, Sigur Rós), atacamos ferozmente a novidade. Menos airoso que últimos romances, a escrita sugeriu-nos um regresso aos tempos idos das minúsculas do "nosso reino", ambientes nortenhos e cinzentos de vidas desgraçadas e soturnas, nada, mas mesmo nada, felizes e, ainda assim, quase fantásticas. É na Islândia, mas podia ser em Caxinas profunda ou em Câmara de Lobos, que a gémea Halldora, agigantada pela morte da irmã mais velha, cedo nos inquieta a alma e os pensamentos em frases curtas e secas. A tal banda sonora escolhida era por esta altura um incómodo que demoramos a perceber não fazia sentido, de efeito irritante e, zás, retirados os auscultadores, num fôlego estávamos no fim da primeira parte. Respirar fundo e... é melhor parar. O resto fica para daqui a uns dias. Apagamos a luz. Sem sono e a matutar no raio da Halldora e no Einar, não demorou dez minutos para voltarmos para a segunda parte... até ao fim. Uma parte, por sinal, mais romanceada e luminosa, de frestas mais coloridas e uma personagem marcante, a magnífica Thurid, que toca um encantado orgão.
Um passo corajoso, mais um, de um Hugo Mãe ultra-dimensional e surpreendente e de quem ficamos à espera de uma, desde já, reclamada sequela que este "Saeglópur" em imagens, vai-se lá saber porquê, nos sugere!

      

UAUU #139

MARK EITZEL, NOVO DISCO. E CONCERTOS?





















Em Agosto passado Mark Eitzel anunciou novas datas ao vivo para a Europa no mês de Outubro entre as quais duas (18 e 19) para supostos concertos em Portugal, embora até hoje não haja qualquer confirmação da sua realização. Ficamos à espera de um milagre... Confirmada está, entretanto, a edição de um disco gravado no estúdio Konk de Ray Davies em Londres com a banda europeia que o acompanhou na passada digressão e que passou em Fevereiro pelo Lux lisboeta. São onze novos arranjos para temas que fizeram parte da setlist de então e três registos ao vivo para mais um disco para vender nos concertos e no site da Decor Records e que recebeu o título de "The Eitzel Ordel - The Konk Sessions"...



sexta-feira, 4 de outubro de 2013

MOLLY DRAKE DE LUXO





















Já quando adquirimos o CD de Molly Drake com as bonitas gravações caseiras dos anos 50 que a mãe de Nick Drake tinha por hábito cantar no recato do lar, ficamos a matutar que bonito seria haver uma versão em vinil com a notável capa que acima se reproduz. Não que edição digital não tivesse já um apelativo embrulho, mas a fragilidade das composições merecia um disco grande e pesado para fazer delicadamente rodar no prato. Pois bem, os rapazes da Squirrel Records lá na América suspiraram certamente pelo mesmo, deitaram mãos à obra e ele aí está, lindo, prontinho para encomendas rápidas e carinhos merecidos... Um luxo!       

HIGH HIGHS AOS SALTOS

O disco "Open Season" que marca a estreia dos High Highs e que aqui na casa já deve estar gasto por audição prolongada, tem agora um acrescento obrigatório traduzido numa versão de "Real Hero" dos College & Electric Youth, tema principal da banda-sonora do filme "Drive" de 2011. Para o respectivo video a banda levou os amigos para a floresta e o resultado é este... Jump!

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

SEJAM BEM-VINDOS, BLACK HEARTED BROTHER!















Enquanto se especula sobre uma suposta reunião dos Slowdive, rumor que emergiu devido aos próximos concertos de Neil Halstead com Rachel Goswell previstos para Londres dentro de poucas semanas, devemos é dar muita atenção a uns tais Black Hearted Brother e ao seu magnífico álbum de estreia "Stars Are Our Home" com selo da Sonic Cathedral (Slumberland Records nos E.U.A.). Trata-se de um colectivo experiente que junta Halstead a Nick Nolton dos Coley Park e Mark Van Hoen dos Locust e que culmina uma colaboração antiga dispersa por diversos projectos. O som, para qualquer aficionado dos Slowdive, é uma portentosa maravilha...   

UAUU #138

MOBY E JURADO

Como já devem ter reparado, Moby tem um álbum novo de nome "Innocents" em que recebe a ajuda de uma série de artistas como Wayne Coyne (The Flaming Lips), Mark Lanegan ou amigo de longa data Damien Jurado com quem esteve há dias no programa de Conan O'Brian para dois temas ao vivo. A banda, como se prova pela fotografia, teve treze músicos em palco, um verdadeiro Team...Coco!



terça-feira, 1 de outubro de 2013

PVC - PORTO VINIL CIRCUITO #1





















O Dia Mundial da Música que hoje se comemora talvez seja uma boa oportunidade para dar início a uma prometida rubrica alusiva a casas de venda de discos, vulgo discotecas, que nos preencheram a juventude e que agora estão praticamente extintas na cidade do Porto. O circuito não pretende ser exaustivo até porque não nos lembramos de todas e, possivelmente, não chegamos sequer a entrar em muitas delas, mas o objectivo é que se avivem memórias também do vosso lado para que à história de cada um dos locais se juntem referências a discos por lá comprados, bandas, artistas ou até encontros imediatos com alguns deles! A primazia, claro está, é o suporte em vinil, conhecido por PVC (Policloreto de Vinil), acrónimo que dá título a esta nova etiqueta e que era por vezes, no seu formato single, embalado ao jeito de presente numas pequenas embalagens em papel devidamente decoradas com marca da casa. Aleatoriamente, é delas que nos socorremos para percorrer o tal circuito portuense.     

Verdadeiro ninho de discotecas, a Rua de Santo António, actual Rua 31 de Janeiro, era um clássico trajecto de romagem obrigatória a que se juntava a Livraria Bertand e a sua imparável, na altura, selecção de revistas estrangeiras (a Spin, a Face ou o NME e o Melody Maker) para ler no primeiro andar. Logo abaixo, do mesmo lado, estava a Melodia, espaço não muito grande e onde entramos algumas vezes em altura de saldos à procura da pechincha surpresa mas sem muito sucesso. Ainda hoje a loja mantêm o mesmo nome e actividade, embora, como se pode confirmar na embalagem, também vendesse inicialmente rádios, aparelhagens e televisões. O vinil, claro está, desapareceu e a especialidade é o CD de música portuguesa chamada de baile embora haja por lá um pouco de tudo. O actual proprietário era detentor de uma outra discoteca - a Sanky na Rua de Cedofeita - que entretanto vendeu para se reinstalar quando a verdadeira Melodia fechou portas na segunda metade dos anos oitenta, uma pequena rede também com lojas na Rua de Santa Catarina e na mítica Rua do Carmo em Lisboa. Seja como for, a actual Melodia é uma verdadeira raridade na baixa do Porto e uma das poucas sobreviventes ao terramoto do mp3...  

Melodia, Rua de Santo António, 35 (Rua 31 de Janeiro)


Melodia, Rua de Santa Catarina, 360, Porto

UAUU #137