terça-feira, 3 de novembro de 2015

IRON & WINE, Casa da Música, 2 de Novembro de 2015
























Uma espera de treze anos pela estreia de Sam Beam em salas portuguesas é um pecado inexplicável. O nome artístico de Iron & Wine há muito que merecia uma noite como a de ontem numa sala imponente e plena de público conhecedor e ávido das suas canções. Copo de vinho na mão, barba e cabelo em fase de (mais) crescimento, Sam cedo mostrou boa disposição, lançando desde logo um "o que querem ouvir?" num português risível mas desafiador. Seguiram-se quase vinte pérolas em forma de canção, intercalando duas guitarra de afinação diferenciada (supostamente, uma para temas alegres a outra para coisas mais tristes, ou seja, quase todos...) a que emprestou a sua confortante e segura voz bem distinta no silêncio da sala em transe emocional. Admirou-se com este respeito e bom comportamento "shhhhhh" - confessou a satisfação inimaginável de atravessar todo o Atlântico para tocar para pessoas que não conhece em lugares grandiosos -  e, quase sempre, cumpriu  os pedidos do público sequioso. Da lista em construção aleatória e apesar de sugeridas, falharam algumas "perdições sonoras" como o "Godless Brother in Love", o "Sunset Soon Forgotten", o "Lovesong of The Buzzard" ou a magistral e imbatível versão de "Love Vigilantes" dos saudosos New Order. Tamanhos "pecados" ficam por isso a aguardar um regresso que se impõe naturalmente, mas o serão permitiu comprovar Sam Beam como uma brilhante alma encarnada em forma de músico - bastava o inesquecível "Flightless Bird, American Mouth" quase acapella que encerrou o concerto para o confirmar. Admirável! 

(grande video cortesia Hugthedj)


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