quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

MEMORABILIA #15


















Os britânicos The The de Matt Johnson são, sem dúvida, uma das bandas mais injustiçadas de sempre. É verdade que, instantaneamente, muitos reconhecem e vibram com o "Uncertain Smile" ou o "This Is The Day" que faziam parte obrigatória do alinhamento nocturno de muitos discotecas e bares dos anos oitenta, mas a obra e o legado que Johnson foi construíndo ao longo de mais de uma década e meia (1983-2000) merece uma maior atenção e envolvimento a que fomos dando toques aqui pela casa. Agora que o regresso está prometido para 2016 enquanto o génio de Johnson se vai espraiando a algumas bandas sonoras e auto-programas de rádio (a sua Radio Cineola teve, curiosamente, um contributo recente da portuense Rádio Manobras), desenterramos esta K7 do baú para contar uma historieta rock&roll: tínhamos, claro, marcado presença na vinda da banda ao Porto (Pavilhão das Antas, Julho de 1989) que marcou também a estreia do ex-The Smiths Johnny Marr por cá e mantivemos a atenção sobre qualquer disco novo. Foi o caso de "Dust" de 1993 que numa edição especial em CD que topamos na altura num hipermercado de Gaia (Carrefour?) tinha agarrada com fita-cola esta K7 bónus grátis com temas ao vivo em Nova Iorque (o "ao vivo" é o estúdio da Sony no dia 5 de Maio de 1993) e na qual se destacava um autocolante dando conta da digressão por lá com os Depeche Mode (estranho, mas sobre esta parceria não há na rede qualquer registo!). Como já tínhamos as canções desse álbum devidamente gravadas em K7 e adivinhando o pouco controle dessa grande superfície comercial, retiramos a cola e amarramos o bónus a um outro disco que há muito procurávamos - o "The First Day" do David Sylvian com o Robert Fripp - e passamos com o "conjunto" pela caixa sem qualquer incómodo ou chatice. "Yeah, It's a Bootleg" (Demonstration - Not For Sale) é o que nela se inscreve e, sendo assim, para quê pagar o que não está à venda... Já agora, esse álbum é um dos tais replecto de grandes canções, numa fase algo depressiva de Johnson pela morte do irmão (que homenageou na canção e no video de "Love Is Stronger Than Death"), mas onde a veia pop continuou a ser marcante. Ouça-se, por exemplo, este maravilhoso "Slow Emotion Replay" com video do amigo Tim Pope. 
                   


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